“Neste processo há erros graves de organização e funcionamento”, afirma advogado de Lacerda Machado
Porto Canal
Manuel Magalhães e Silva, advogado que representa Diogo Lacerda Machado, explicou à saída do Campus da Justiça que “neste processo há sobretudo erros graves de organização e funcionamento do Ministério Público e continua a não haver nem instruções nem diretivas por parte da senhora Procuradora Geral da República para reconduzir o Ministério Público a um modelo que seja garantístico e eficaz”.
O advogado de Lacerda Machado defendeu que “este processo acabou aqui” depois de uma “semana de inteira alvoroço” e destaca ainda que “estas detenções durante 6 noites e neste contexto é o show off que tem acontecido”.
Tiago Félix da Costa, advogado do administrador da Start Campus Rui Oliveira Neves, disse à saída do Campus da Justiça que o que aconteceu esta segunda-feira “é uma vitória para a justiça num processo tão sensível e delicado”.
O advogado do administrador Afonso Salema, Pedro Duro, afirmou que “este foi um resultado importante para quem esteve tantos dias detidos”.
Esta segunda-feira foram conhecidas as medidas de coação para todos os arguidos da Operação Influencer. Diogo Lacerda Machado tem de pagar 150 mil euros de caução no prazo de 15 dias, além da entrega de passaporte dentro de 24 horas para se manter em liberdade.
O antigo chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, fica impedido de se ausentar para o estrangeiro e terá de entregar o passaporte.
Ambos estão indiciados, em coautoria, do crime de tráfico de influência.
O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas ficou com termo de identidade e residência. A mesma medida aplicada aos executivos da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.
Já a empresa, terá de pagar uma caução de 600 mil euros, dentro de 15 dias.
Os executivos da empresa estão também indiciados de tráfico de influência, além do crime de oferta indevida de vantagem.
O crime de corrupção fica de fora da indiciação do juiz de instrução criminal, tal como pedia o Ministério Público, que requeria a medida de coação de prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária.
Os cinco arguidos encontravam-se detidos no âmbito do processo, que investiga os negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines.