Costa vai exonerar Galamba? “Fiquei de falar com o Presidente da República”, afirma António Costa
Porto Canal
À entrada da comissão política do Partido Socialista (PS), António Costa prestou umas breves declarações aos jornalistas.
Questionado se vai exonerar João Galamba, António Costa afirmou que essa é uma decisão que ainda vai debater com o Presidente da República.
“Fiquei de falar com o Presidente da República”, sublinha António Costa.
De recordar que na manhã desta quinta-feira foi apreendida droga na casa do ministro das Infraestruturas, João Galamba. A informação foi avançada pelo 'Público', no mesmo dia em que é revelado que foram apreendidos mais de 75 mil euros em notas no escritório do antigo chefe de gabinete de António Costa.
De acordo com as informações divulgadas pelo jornal, a substância apreendida trata-se de haxixe, em doses consideradas de autoconsumo que, como tal, não constituem crime.
Segundo a mesma fonte, a droga foi apreendida durante as buscas que foram realizadas à casa do ministro. Nesta operação foram também aprendidos telemóveis e computadores, de modo a extrair informação, a partir de e-mails e mensagens do ministro das Infraestruturas.
Galamba foi constituído arguido pelo Ministério Público no inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde. De acordo com o Ministério Público, o socialista agiu ilegalmente para desbloquear procedimentos relacionados com a Start Campus em beneficio da empresa.
Durante a manhã da passada terça-feira a Polícia de Segurança Pública (PSP) realizou buscas em vários ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento. A meio da manhã, já tinham sido detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça. “No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”, lê-se numa nota divulgada pela PGR.
No discurso de demissão, Costa frisou que esta é uma "etapa da vida que encerro de cabeça erguida e com consciência tranquila”.