PS responsabiliza Câmara de Santa Maria da Feira por derrocada na muralha do castelo
Porto Canal \ Agências
O PS de Santa Maria da Feira culpou esta quarta-feira a Câmara liderada pelo PSD pelo aluimento de parte da muralha do castelo local, considerando “inaceitável” que a empreitada em curso no edifício não tivesse acautelado a tempestade prevista.
A derrocada de parte da muralha do monumento nacional situado no distrito de Aveiro deu-se na madrugada de 29 de outubro, na sequência das chuvas fortes associadas à depressão Celine.
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“É inaceitável e incompreensível que, quando estava prevista uma combinação de circunstâncias climáticas adversas, uma empreitada [de consolidação da muralha] como aquela apresente a mesma configuração de meios que tem na época do verão”, declarou o presidente do PS da Feira, Márcio Correia.
Culpando em concreto o vereador Amadeu Albergaria, que tem a pasta das Obras Municipais, o socialista disse que o relatório de engenharia e arquitetura sobre a ocorrência permite “cogitar sobre a inoperância e a falta de zelo desse responsável enquanto decorriam as obras” no monumento.
“Esta derrocada poderia ter sido evitada, é a conclusão final plasmada no relatório”, realçou Márcio Correia.
O socialista disse que Amadeu Albergaria é “o primeiro e grande culpado da derrocada”, porque “não tomou qualquer medida cautelar que pudesse proteger a obra de reabilitação no castelo”, acrescentando não ter “qualquer dúvida” de que “a queda da muralha não foi uma fatalidade como alguns querem fazer crer”.
Para Márcio Correia, há ainda a agravante do “invulgar silêncio a que se submeteu o vereador” após a ocorrência, o que “coloca em causa o profissionalismo e a ação política de Amadeu Albergaria em todo este processo”.
Atendendo a que a obra de 700.000 euros foi suspensa até que, segundo a autarquia, o empreiteiro apresente um plano “com evidências de que estão reunidas todas as condições de segurança para retomar os trabalhos”, o PS afirmou também que a Câmara deve revelar “quem pagará a reconstrução” da porção de muralha que aluiu.
Contactado pela agência Lusa, Amadeu Albergaria começou por referir que a derrocada já foi abordada numa reunião de Câmara em que o vereador Márcio Correia se fez substituir e em que os outros eleitos do PS “não levantaram nenhuma das questões agora referidas”, com exceção para a dúvida sobre despesas suplementares – ao que “foi de imediato respondido que, no entendimento da Câmara, não haverá custos adicionais para o município”.
Depois, Amadeu Albergaria realçou que as conclusões do relatório são “claras” e enumerou quatro: “O derrube do pano de muralha deveu-se à entrada da água no miolo da sua parede; o sinistro localizou-se numa área perfeitamente vedada, tendo os destroços da muralha ficado circunscritos ao perímetro das obras de consolidação e reabilitação; não está em causa a estabilidade e segurança de qualquer elemento da restante estrutura do castelo e os restantes espaços do edifício estão em condições de normal utilização”.
Face a essas conclusões, o vereador afirmou que a posição do PS só pode ser lida “num quadro de desconhecimento profundo do que é uma empreitada pública ou de um combate partidário que não compete à Câmara Municipal comentar”.