Quem é Lacerda Machado, o “melhor amigo” de Costa que fazia lóbi em Sines enquanto era administrador da TAP?

Quem é Lacerda Machado, o “melhor amigo” de Costa que fazia lóbi em Sines enquanto era administrador da TAP?
| Política
Porto Canal

É um dos cinco detidos esta terça-feira nas buscas que culminaram na demissão de António Costa. Antigo secretário de Estado da Justiça, advogado e administrador de várias empresas, Diogo Lacerda Machado é conhecido por ser homem de confiança do primeiro-ministro, cujos percursos se cruzaram pela primeira vez em 1981 numa aula na Faculdade de Direito de Lisboa.

Apesar de se manter afastado da vida política, o empresário auxiliou Costa em algumas das pastas que mais dores de cabeça trouxeram ao primeiro-ministro. Foi ele o responsável pela reversão da privatização da TAP, decidida ainda no governo de Passos Coelho, garantindo o entendimento entre o Governo, David Neeleman e Humberto Pedrosa. Mais tarde, seria também ele a sentar-se à mesa com Carlos Costa, então governador do Banco de Portugal, e os lesados do BES.

“O grupo de Macau”

Tendo sido nomeado secretário-adjunto para a Administração e Justiça de Macau, Magalhães e Silva pediu a António Costa a recomendação de três alunos de Direito. O agora ex-primeiro-ministro apresentou-lhe três nomes: Eduardo Cabrita, Pedro Siza Vieira e Diogo Lacerda Machado. Formava-se assim o designado “grupo de Macau”, que viria mais tarde a revelar-se relevante na cena política portuguesa.

Os dois anos que passou em Macau (1988 a 1990), permitiram a Lacerda Machado ter um papel ativo na modernização da legislação, preparação do sistema de administração judicial para a transição do território. Mas também começar a desenvolver uma extensa rede de contactos, que viria a revelar-se útil, mais tarde, quando enveredou pelo mundo dos negócios.

Administrador da TAP e o lobi pelo megacentro de dados de Sines

Em 2021, o jornal ‘Novo’ noticiou que Lacerda Machado fez lobbying por um fundo de investimento americano enquanto ainda era administrador da TAP. Em causa estava um investimento no valor de 3,5 mil milhões de euros no megacentro de processamento de dados, em Sines.

Segundo o ‘Expresso’, Lacerda Machado exerceu influência junto de vários membros do governo para garantir a escolha da empresa detida pelos norte-americanos Davidson Kempner e pelos britânicos Pioneer Point Partners.

Lacerda Machado esteve ainda ligado ao negócio do hidrogénio verde.

Ambas as ligações estão agora na mira da justiça e motivaram a detenção para interrogatório do “melhor amigo” de António Costa.

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