O que levou à demissão de António Costa?
Porto Canal
O primeiro-ministro, António Costa, acaba de apresentar a sua demissão.
Durante a manhã desta terça-feira, foi tornado público buscas da Polícia de Segurança Pública (PSP) em vários ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento. Em causa está um inquérito que está a investigar a exploração de lítio em Montalegre e a suspeita de crime nos negócios do hidrogénio verde.
A meio da manhã, já tinham sido detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Esária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas, avançou o jornal Público.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça. “No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”, lê-se numa nota divulgada pela PGR.
Estão a ser alvo de buscas e serão constituídos arguidos os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e das Infraestruturas, João Galamba, assim como o antigo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Na manhã desta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu António Costa a pedido deste, na sequência de buscas.