Rui Moreira lamenta que seja um “complicómetro” construir habitação pública
Ana Francisca Gomes
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, informou durante a reunião de Assembleia Municipal desta segunda-feira que o projeto de habitação acessível de Lordelo do Ouro está em revisão e que o concurso será lançado “até ao final do ano, o mais tardar até ao fim de janeiro [de 2024]”.
Em agosto de 2020 a autarquia anunciava que tinha recebido “mais de 70 propostas” a propósito de três concursos lançados em abril para um projeto de habitação acessível em Lordelo do Ouro. Este projeto, que previa a construção de cerca de 300 fogos, T2 e T3, destinados ao mercado de arrendamento acessível, contemplava a sua distribuição por cinco blocos de habitação, e corresponde a um investimento aproximado de 46 milhões de euros, assumido integralmente pelo município.
O autarca, questionado pelo deputado eleito pelo PAN Paulo Vieira de Castro, afirmou que vão lançar o concurso para este projeto “depois de termos feito aquilo que é difícil”.
“Não basta haver vontade porque um processo de construção de habitação pública em Portugal não dura menos de seis a sete anos. É verdadeiramente impossível. Não é possível ao Estado, não é possível ao IHRU, não é possível às câmaras. É possível sim construir um museu em Serralves, mas habitação pura e simplesmente não é. Se os senhores querem saber porquê, façam algumas perguntas relativamente ao que tem sido a legislação sucessiva que tem sido lançada e o complicómetro que se fez relativamente a tudo que é obra pública”.
Rui Moreira informou ainda que o concurso para a construção de habitação no Monte Pedral será lançado “até ao final do ano”.