Conselho de Arbitragem recusou ceder áudio do árbitro crucial para provar insultos racistas de Colombatto contra Pepe
Porto Canal
A comissão de instrutores da Liga defendeu a condenação de Colombatto, jogador do Famalicão que proferiu insultos racistas contra Pepe, no jogo da taça de Portugal que opôs FC Porto e Famalicão, na época passada, mas o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol não adoptou a mesma posição. A newsletter oficial do FC Porto considera a decisão “lamentável” e aponta o dedo ao Conselho de Arbitragem, que recusou a cedência do áudio do árbitro, crucial para provar os insultos racistas proferidos por Colombatto contra Pepe.
O acórdão do Conselho de Disciplina aponta para a inexistência de “prova de que um jogador, durante um jogo oficial, tenha visado outro jogador com a expressão de teor claramente racista - e, por isso, discriminatória - mono." Os Dragões consideram o entendimento do órgão federativo “falso”, pois são “prova do ocorrido as declarações e a reação espontânea e indignada de Pepe, capitão do FC Porto e um dos capitães da seleção de Portugal, que o Conselho de Disciplina liderado por Cláudia Santos optou por desconsiderar.”
Os Dragões relatam ainda que a instrutora do processo “solicitou à direção de arbitragem da FPF (…) o envio das imagens/som do VAR (…), as quais, mesmo após insistência, não lhe foram facultadas”. No entender do FC Porto, é “inusitado que o Conselho de Arbitragem não tenha aceitado colaborar com a justiça e que o Conselho de Disciplina não se tenha empenhado na obtenção do máximo de informação possível”, sobretudo tendo em conta que “o incidente ocorreu perto do árbitro principal e que é provável que o registo sonoro permitisse descortinar o teor das palavras de Colombatto.”
A newsletter do FC Porto recorda ainda o percurso de Pepe, capitão dos Dragões e da seleção nacional: “Aos 40 anos de idade e mais de duas décadas depois do arranque de uma carreira que o coloca no topo do futebol mundial, Pepe vê assim um insulto racista que lhe foi dirigido passar impune na sequência de uma decisão lamentável do Conselho de Disciplina da mesma federação de futebol que ele orgulhosamente representa desde 2007.”