Caos no trânsito na VCI. Um retrato dos últimos cinco anos
Maria Abrantes e Catarina Cunha
O trânsito no Porto tem registado níveis bastante elevados, nos últimos meses, chegando, em alguns casos, a igualar ou até mesmo a ultrapassar, níveis pré-pandémicos, no que respeita ao número médio diário de veículos a circular na Via de Cintura Interna (VCI) do Porto.
O Porto Canal consultou o relatório de tráfego disponível no sítio oficial do Instituto de Mobilidade dos Transportes (IMTT), e comprovou que o tráfego na VCI, entre abril a junho, cresceu face a igual período de 2022.
Na VCI, no mês de abril, registou-se uma média diária de carros de 94.152; em maio de 98.539 e em junho de 96.508. Comparando com a média diária de carros no ano transato, verificou-se um aumento de 3.6% em abril de 2023; já em maio o crescimento foi de 5.5% e em junho a subida foi de 6%.
Além desta consulta, e com base nos registos disponíveis, calculámos o número médio de veículos a circular na VCI, por troço, avaliando cada trimestre, desde 2019, até aos dois primeiros trimestres de 2023.
Considerámos, por isso, os seguintes sublances de estrada: Ponte da Arrábida até Nó de Francos, Ponte do Freixo até nó da A3, Nó da A3 até Paranhos, Paranhos até Via Norte e Via Norte até Nó de Francos.
Depois de um abrandamento claro, entre 2020 e 2021, anos de pandemia, nota-se um aumento de veículos em 2022, sendo que 2023 já atingiu os níveis pré-pandémicos, chegando mesmo a ultrapassá-los na zona do Nó da A3 até Paranhos e na Via Norte até Nó de Francos, em que o número médio diário de veículos chega agora aos 150 mil.
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De acordo com esta análise, e observando uma tendência crescente, é possível prever que, até ao final do ano corrente, aumente o número de veículos presente na VCI, piorando os engarrafamentos e diluindo-os ao longo do dia, deixando de se verificar as chamadas ‘horas de ponta’.
Em entrevista exclusiva ao Porto Canal, Rui Moreira garante que o trânsito estará no centro das suas preocupações até ao final do mandato e reconhece que “a VCI é de facto o grande problema do Porto”.
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