Arrendar um quarto no Porto custa em média mais 135 euros do que em 2021. É o maior aumento a nível nacional
Porto Canal
Setembro é sinónimo de arranque de um novo ano letivo, no qual milhares de estudantes universitários preparam-se para se instalarem numa nova cidade. Com o entusiasmo de uma nova etapa, chegam também as já habituais dores de cabeça para os alunos conseguirem arrendar quarto, atendendo ao aumento exponencial de preços praticados em todo o país, com o Porto a liderar a subida.
De acordo com o jornal Expresso, arrendar um quarto na cidade Invicta custa em média mais 135 euros do que em 2021, números que catapultam o Porto para a liderança do panorama nacional.
O pódio é completado com a Moita e o Montijo, que registaram uma subida média de 110 e 102 euros, respetivamente. Famalicão e Vila Nova de Gaia, Vila Franca de Xira e Gondomar seguem-se na lista, com um aumento de 100 euros por quarto.
Assim, a dificuldade é cada vez maior de os jovens prosseguirem o seu sonho académico. O preço médio de um quarto para estudantes ultrapassa os 400 euros no Porto e a oferta privada disponível chega para menos de 10% dos jovens agora colocados nas universidades e politécnicos daquelas cidades. Neste momento a procura é grande e a oferta é pouca. Os 656 quartos disponíveis permitem alojar cerca de 7% dos 8489 novos estudantes e as rendas variam entre 200 e 672 euros.
No que diz respeito aos 10 concelhos com quartos mais caros, Lisboa continua a ser a cidade com os quartos mais caros em Portugal, onde os preços rondam em média os 450 euros mensais, seguindo-se Oeiras e Cascais com 430 euros por mês.
Porto aparece no quarto lugar da lista com 425€. Amadora (382€), Odivelas (380€), Sintra (375€), Almada (370€), Loures (370€) e Montijo (366€), completam o top 10.
Uma realidade que condiciona cada vez mais jovens e que obriga muitos a esforços incomportáveis para a realidade nacional.
Manuel Fernandes tem 18 anos e este vai ser o seu primeiro ano no curso de Engenharia Mecânica. Tal como milhares de estudantes em Portugal, o início de setembro ficou marcado com o início do processo de procura de um quarto para viver este ano letivo. “Tem sido muito complicado encontrar um quarto, tudo o que vejo não é muito perto da faculdade e é sempre para cima de 300€, o que é um bocado complicado visto que não tenho muitas possibilidades financeiras”, revela o estudante.
Já o Francisco Neves, de 18 anos, teve mais sorte do que o Manuel. Já encontrou um quarto para ficar este ano, mas o preço da renda não é de todo o melhor. Mensalmente, o estudante de Engenharia Mecânica vai pagar 640€ já com despesas incluídas (água, luz e internet). Quando questionado sobre o valor que necessita mensalmente para viver no Porto (propinas, renda, alimentação, transportes…), Francisco afirma que precisa de “cerca de 900 a 950 euros” e revela ainda que apesar de o preço da renda “não ser o melhor possível foi difícil na mesma encontrar casa”.
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