“O Porto está impossível”. Preço médio de um quarto para estudantes ultrapassa os 400 euros
Maria Pinto Silva
Setembro chegou e também chegaram as “dores de cabeça” para os milhares de estudantes colocados no ensino superior público. As rendas dos quartos estão a subir de dia para dia o que faz com que o processo de procura de quarto seja ainda mais difícil e demorado. Entraram 49.438 novos estudantes nesta primeira fase do concurso nacional de acesso e destes, quase oito mil foram colocados no Porto.
O preço médio de um quarto para estudantes ultrapassa os 400 euros no Porto e a oferta privada disponível chega para menos de 10% dos jovens agora colocados nas universidades e politécnicos daquelas cidades. Neste momento a procura é grande e a oferta é pouca. Os 656 quartos disponíveis permitem alojar cerca de 7% dos 8489 novos estudantes e as rendas variam entre 200 e 672 euros.
À data em que os jovens souberam onde tinham sido colocados, o preço médio de um quarto na cidade Invicta situava-se nos 430 euros, sendo igualmente mais caro se preferirem quartos mobilados, cozinhas equipadas e/ou despesas incluídas. Nesse caso, o preço pode aumentar em até 80 euros.
Manuel Fernandes tem 18 anos e este vai ser o seu primeiro ano no curso de Engenharia Mecânica. Tal como milhares de estudantes em Portugal, o início de setembro ficou marcado com o início do processo de procura de um quarto para viver este ano letivo. “Tem sido muito complicado encontrar um quarto, tudo o que vejo não é muito perto da faculdade e é sempre para cima de 300€, o que é um bocado complicado visto que não tenho muitas possibilidades financeiras”, revela o estudante.
Já o Francisco Neves, de 18 anos, teve mais sorte do que o Manuel. Já encontrou um quarto para ficar este ano, mas o preço da renda não é de todo o melhor. Mensalmente, o estudante de Engenharia Mecânica vai pagar 640€ já com despesas incluídas (água, luz e internet). Quando questionado sobre o valor que necessita mensalmente para viver no Porto (propinas, renda, alimentação, transportes…), Francisco afirma que precisa de “cerca de 900 a 950 euros” e revela ainda que apesar de o preço da renda “não ser o melhor possível foi difícil na mesma encontrar casa”.
O caso de Maria Martins não é muito diferente. A estudante de arquitetura afirma precisar de 500 a 600 euros e se contar com o material da faculdade precisa de mais ainda. “O Porto está impossível. Eu tive sorte que encontrei um bom quarto relativamente barato na Boavista mas as pessoas que eu conheço que está a tentar arranjar por menos de 350€”, afirma a estudante de 19 anos.
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