População de Canelas, em Estarreja, contra novo ramal do TGV, entre Porto e Aveiro 

| Norte
Joana Almeida Carvalho

A população de Canelas, em Estarreja, está contra o projeto do novo ramal de acesso da Linha de Alta de Velocidade, entre o Porto e Aveiro. Segundo os moradores desta zona, se o novo projeto avançar vai colocar em causa várias habitações, por isso, prometem avançar com vários protestos para conseguirem travar esta obra.

Com a nova linha de alta velocidade, o Porto e Lisboa vão ficar mais ligados. A viagem entre as duas cidades passará a ser de uma hora e um quarto, um serviço direto e sem paragens.

O mapa, que está em consulta pública, mostra as duas possibilidades para a linha do TGV que ligará o Porto a Lisboa, que foi sempre o objetivo. O que não fazia parte do projeto inicial é o ramal que poderá ligar o Porto a Aveiro, passando pelo concelho de Estarreja.

Porto Canal

Segundo o projeto, há 3 alternativas possíveis: a verde, a amarela e a vermelha, sendo que em todas elas há um restaurante e uma escola que terão de ser destruídos.

O troço verde é o único que não põe em causa as casas da população, apesar de ficar a poucos metros das mesmas. Já o vermelho e o amarelo passam por freguesias onde várias casas terão de ser demolidas.

A população tem sido clara: não estão contra o TGV entre Porto e Lisboa, mas não aceitam qualquer troço deste ramal entre Porto e Aveiro.

Cecília Pereira vive na freguesia de Canelas e é uma das moradoras que poderá ficar sem casa. Ao Porto Canal explicou que a maior preocupação centra-se no futuro e para onde vai morar depois de a sua casa ser demolida. “Porque é que estão a fazer as coisas e não chamam as pessoas e nos explicam para onde é que vamos, o que é que vamos fazer… para onde é que eu vou?” remata.

Já Catarina Mendonza explica que o TGV vai mesmo passar no seu quintal, “no local onde estão agora as couves”. E Rogério Saramago poderá perder todo o investimento que fez nos últimos três anos a restaurar o moinho da freguesia.

Os moradores da freguesia de Canelas, criaram um movimento cívico mal tiveram conhecimento deste ramal, e lamentam não terem sido informados mais cedo.

Ao Porto Canal, Carlos Fonseca explica que o movimento cívico da população foi criado há cerca de 15 dias, quando tiveram conhecimento do projeto. “De um momento para o outro caiu-nos a notícia assim no colo de que ia passar aqui um comboio de alta velocidade e a partir daí a preocupação continuou a crescer e tentamos reunir-nos porque até aí ninguém sabia de nada e tivemos de ir à procura de respostas”, explicou o morador ao Porto Canal.

Já o Presidente da Junta da Freguesia de Canelas e Fermelã, António Sousa, explica que foi contactado pela autarquia em setembro, quando surgiram as primeiras imagens do projeto e que, mais tarde, quando recebeu notificação do portal participa.pt sobre o projeto é que divulgou à população.

Além do presidente da junta de freguesia de Canelas, a população conta também com o apoio do presidente da camara de Estarreja, que garante que o ramal não vai trazer qualquer vantagem económica para a região: “Estamos a falar de cinco mil milhões de euros e a maior parte nem sequer pode ser financiada pela Europa, porque estamos a falar de bitola ibérica e não europeia”, explica o autarca.

O documento onde está explicado o ramal entre Porto e Aveiro vai estar em consulta pública no portal participa.pt até 16 de junho.

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