Vaticano reforça formação de padres afastados de Roma contra pedofilia
Porto Canal/Agências
O Vaticano anunciou esta sexta-feira que a sua comissão de luta contra a pedocriminalidade [abuso sexual de crianças] ia reforçar a colaboração com o Ministério da Evangelização, designadamente para formar padres de dioceses muito afastadas de Roma.
O papa Francisco instituiu em 2014 a comissão pontifical para a proteção de menores para lutar contra a pedocriminalidade [palavra que se recomenda que substitua pedofilia] no seio da Igreja. Esta comissão vai colaborar agora com o dicastério (ministério) para a Evangelização, no seguimento de um acordo com uma duração de três anos.
A comissão recebeu há pouco críticas severas, depois de o seu membro mais influente, Hans Zollner, se ter demitido em março, considerando que sofre de problemas estruturais e alta de transparência.
O acordo anunciado esta sexta-feira apela à comissão para que trabalhe com o dicastério para organizar formações destinadas a padres nomeados há pouco tempo.
Em entrevista publicada pela Vatican News, o chefe da comissão, o cardeal norte-americano Sean O’Malley, afirmou que esta ia ajudar as dioceses a “desenvolver programas para as capacitar a acolher as vítimas”.
Mais disse: “Se tivéssemos tido no passado a oportunidade de sermos informados sobre a proteção (dos menores) e de compreender (estas problemáticas), a história da Igreja teria sido diferente”.
O papa Francisco tinha solicitado à Comissão “que trabalhasse com as conferências episcopais para garantir que estas tenham as capacidades de acompanhar as vítimas e trabalhar com elas”.
Questionado sobre as críticas à Comissão, o cardeal O’Malley considerou que, quando foi criada em 2014, houve “expectativas irrealistas sobre o que este grupo de voluntários seria capaz de fazer para resolver das agressões sexuais na Igreja e no mundo”.