Quase um terço dos universitários do Porto gasta mais de 500 euros em despesas correntes

| Porto
Porto Canal/Agências

Um inquérito da Federação Académica do Porto (FAP) a 1.277 estudantes conclui que quase um terço dos universitários (29%) gasta mais de 500 euros por mês em despesas correntes.

O inquérito “Impacto do aumento da inflação na vida dos estudantes”, que abrangeu 1.277 universitários e foi realizado no âmbito do Dia Nacional do Estudante, que se assinala esta sexta-feira, indica que 29% dos inquiridos “gastam mais de 500 euros” em despesas correntes, ou seja, em alojamento, transportes, propinas ou alimentação”.

Realizado entre o dia 16 e terça-feira, o inquérito, ao qual a Lusa teve esta sexta-feira acesso, revela que 26% dos inquiridos gasta entre 350 euros e 500 euros.

Dos alunos inquiridos, 24% afirmam gastar entre 200 e 350 euros e 21% dizem que gastam menos de 200 euros.

“O impacto da inflação na vida quotidiana dos estudantes faz-se sentir nas despesas de alimentação, na ida ao supermercado, mas também na retração da compra de materiais de estudo”, lê-se numa das conclusões do inquérito.

Revela também que 51% dos inquiridos prepara as suas refeições em casa e consome-as na faculdade.

Quase metade dos inquiridos (47%) assumiu ter reduzido os gastos em cada compra e 32% disse ter reduzido na frequência de ida às compras.

Há 27% dos inquiridos que confirmou estar a aumentar a “compra de produtos alimentares mais baratos”, ainda que com menor qualidade nutricional.

Dos inquiridos, 19% declararam estar a reduziu a aquisição de materiais escolares.

Quando questionados sobre o seu bem-estar psicológico, 74% dos estudantes admitiram já ter sentido um declínio significativo durante o presente ano letivo.

Dos 941 estudantes que admitiram sentirem-se afetados na saúde mental, a maioria significativa (78%) disse que esse declínio do seu bem-estar psicológico se relacionava com a pressão no desempenho académico, sendo que 64% dos alunos considerou estar relacionado com o aumento do custo de vida.

O futuro profissional também está presente entre os fatores de perturbação da saúde mental dos estudantes, com 35% dos inquiridos a sentirem que as suas perspetivas de carreira são inalcançáveis.

Houve 26% dos alunos que se mostram afetados com o receio de não encontrar emprego, apontando o desemprego jovem entre os motivos para o declínio do seu bem-estar psicológico.

Sobre a capacidade em fazer face às despesas inerentes à frequência do ensino superior, 4% afirmou não dispor de recursos económicos suficientes e 34% disse sentir dificuldades no decurso do ano letivo.

Quando questionados sobre a possibilidade de abandono por motivos financeiros, 24% afirmou pensar, ou já ter pensado, desistir de estudar.

Os estudantes consideram que os cinco principais desafios que precisam ser resolvidos de imediato no ensino superior são a utilização de métodos de ensino e aprendizagem passivos, expositivos e pouco inovadores, tendo sido referido por mais de metade dos estudantes inquiridos (54%).

O baixo número de residências estudantis públicas e a dificuldade em pagar as rendas é outros dos principais desafios, que foi referido por metade dos inquiridos.

Os custos com propina, taxas e emolumentos (47%), o excesso de carga horária (43%) e falta de espaço e longos tempos de espera nas cantinas (35%) foram outros desafios elencados pelos alunos.

Entre os 1.277 inquiridos, a maioria era do sexo feminino (72%) e está inscrita em cursos de licenciatura (79%).

Entre o total de inquiridos, 45% são estudantes deslocados e 32% recebem uma bolsa de estudos (destes, 26% são bolseiros de ação social).

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