Oposição e associação contra construção de via de ligação ao AvePark em Guimarães

Oposição e associação contra construção de via de ligação ao AvePark em Guimarães
| Norte
Porto Canal/Agências

A oposição PSD/CDS-PP e a Associação Vimaranense para a Ecologia apelaram esta quinta-feira ao presidente da Câmara de Guimarães para que desista da construção da via de ligação ao Avepark, mas Domingos Bragança mantém que projeto é estratégico.

Os apelos para que o município abandone o projeto de construção de uma via de ligação ao AvePark – Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, de cerca de 7 quilómetros e que vai custar mais de 40 milhões de euros, quando inicialmente as previsões apontavam para 18,4 milhões de euros, foram feitos na reunião do executivo camarário.

O vereador Ricardo Araújo (PSD/CDS-PP) lembrou que sempre foi contra este projeto, com quase uma década, defendendo, antes, a requalificação da Estrada Nacional 101, com uma “derivação” até ao AvePark, e um canal dedicado que ligue Guimarães à Vila das Taipas, como forma de melhorar a mobilidade no concelho.

Em declarações aos jornalistas após a reunião camarária, o vereador eleito pela coligação PSD/CDS-PP sublinhou que o projeto está previsto ser desenvolvido em “60% de terrenos” de Reserva Ecológica e de Reserva Agrícola Nacional, apelando a que Domingos Bragança (PS) que “não insista no erro” e que “repense” esta via.

Ricardo Araújo desafiou ainda o autarca a tornar públicos os estudos de impacto ambiental, que a Câmara de Guimarães diz terem sido feitos ao longo dos anos e que apenas contemplam alguns “condicionantes”, segundo Domingos Bragança.

“A via do AvePark é uma via estratégica para o desenvolvimento de Guimarães e da região”, frisou o presidente da Câmara de Guimarães, assumindo o compromisso de disponibilizar publicamente os estudos de impacto ambiental.

Domingos Bragança assume que neste momento não tem o financiamento (40 milhões de euros) assegurados para poder lançar o concurso público, mas que está a fazer todos os esforços junto do Governo para que disponibilize parte da verba necessária.

A associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), que esteve presente na reunião camarária, e o movimento cívico STOP Via AvePark, estão contra a construção deste projeto rodoviário que prevê atravessar Ponte, União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite, Santa Eufémia de Prazins e Barco, ao longo dos sete quilómetros de extensão.

“Peço ao Sr. presidente que considere cancelar, o quanto antes, o projeto da via do AvePark. Peço que o considere em coerência com o seu discurso de sustentabilidade ambiental, para salvaguardar a imagem de Guimarães que tanto estima, pela sustentabilidade ambiental, pelo ordenamento do território, pela população afetada, pela racionalidade financeira, mas, acima de tudo que o considere pelas gerações futuras”, apelou José Cunha, um dos vogais da direção da associação ambientalista, na sua intervenção.

Caso o município não recue, este responsável pela AVE diz que vão avançar judicialmente.

“E no dia que este projeto for cancelado - porque o será - não venham responsabilizar os ambientalistas, ou presidentes de junta e as comunidades por este desperdício de recursos, pois a responsabilidade – e perdoe-me a frontalidade - é exclusiva do Sr. presidente da Câmara, que teima de forma obsessiva nesta via de acesso desastrosa e inútil, e na qual já quase ninguém acredita”, afirmou José Cunha.

Na terça-feira, elementos do movimento cívico STOP Via AvePark protestou contra o projeto, aproveitando a presença do secretário de estado do Ambiente, Hugo Pires, durante uma iniciativa, em Guimarães.

O grupo cívico considera que este projeto “danificará para sempre” as freguesias afetadas, sublinhando tratar-se de “um trajeto invasor que irá impermeabilizar o terreno, a circulação da água, o equilíbrio do solo, a continuidade dos habitats, da biodiversidade e que promoverá a poluição”.

“Os espaços verdes destas freguesias são indispensáveis para a qualidade de vida e para o equilíbrio psicofisiológico das populações, principalmente dos mais idosos, estes ambientes desempenham um importante papel social. Esta via destruirá, ainda, imóveis e campos agrícolas, sustento de várias pessoas e a atividade de muitos idosos que por cá habitam, sendo esta uma prática que adotam para se manterem ativos”, defende o STOP Via AvePark.

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