Uma década de Francisco, o Papa que luta contra a “monstruosidade” dos abusos sexuais e pede paz na Europa

Uma década de Francisco, o Papa que luta contra a “monstruosidade” dos abusos sexuais e pede paz na Europa
Vatican Media
| Mundo
Porto Canal / Agências

O pontificado de Francisco, que assinala dez anos segunda-feira, ficou marcado pelo combate aos abusos sexuais no na Igreja Católica. Assumido pelo Papa como uma das suas batalhas. Esta década está também fortemente marcada, desde 24 de fevereiro de 2022, pela guerra a Ucrânia, com o pontífice a desdobrar-se em declarações a pedir a paz para o território.

Francisco convocou uma cimeira no Vaticano em fevereiro de 2019, onde, perante os líderes de conferências episcopais de todo o mundo e responsáveis de institutos religiosos, apresentou passos para a luta contra os abusos a menores na Igreja católica, defendendo ter chegado a hora de “dar diretrizes uniformes para a igreja”.

Disse também que a igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual.

“Nenhum abuso deve jamais ser encoberto e subestimado, pois a cobertura dos abusos favorece a propagação do mal e eleva o nível do escândalo”, disse aos 190 representantes da hierarquia religiosa e 114 presidentes ou vice-presidentes de conferências episcopais reunidos em Roma.

O caso mais recente de divulgação de um relatório sobre as situações de abusos sexual na Igreja é o português, com a Comissão Independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht a validar 512 dos 564 testemunhos recebidos durante o ano de 2022, referentes ao período desde 1950, o que permitiu extrapolar para um total mínimo de 4.815 vítimas.

Dez anos de pontificado com um deles marcado pela guerra na Europa

Porto Canal

Ao longo de mais de um ano, muitas foram as intervenções públicas que o Papa Francisco fez em defesa do fim de um conflito iniciado com a invasão do território ucraniano por parte da Rússia, que considerou "repugnante" e um "massacre sem sentido”.

Logo no dia seguinte à invasão, Francisco, num gesto inédito, deslocou-se à embaixada russa junto ao Vaticano para expressar a sua preocupação com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Contactos com líderes mundiais, com a questão da guerra na agenda, fizeram também parte dos seus compromissos no último ano, sempre com a preocupação de pedir o fim do conflito.

Recentemente, em entrevista ao jornal argentino La Nacion, o sumo pontífice garantiu que está "disposto a ir a Kiev", mas com a condição de ir também a Moscovo.

Um dos momentos significativos do Papa Francisco em relação à guerra na Ucrânia no ano passado ocorreu no dia 25 de março, quando consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em Roma, enquanto em Fátima, como Legado Pontifício, o cardeal Konrad Krajewski fez o mesmo ato na Capelinha das Aparições.

Seis anos depois Francisco regressa a Portugal

Porto Canal

O Papa é esperado pela segunda vez em Portugal, seis anos depois de ter encerrado as comemorações do centenário das aparições de Fátima e canonizado os videntes Francisco e Jacinta.

Fátima é, além de Lisboa, o local onde Francisco é esperado em agosto próximo, pois como fez questão de assegurar ao então bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, em abril de 2021, é sua intenção peregrinar até à Cova da Iria quando vier a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Também ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nesse mesmo ano, o Papa revelou que pretende ir a Fátima em agosto deste ano.

Se esta segunda viagem de Francisco a Portugal assume uma dimensão de cariz mundial, com a esperada presença em Lisboa de mais de um milhão de jovens de todos os continentes para a JMJ, a esperada passagem por Fátima está a ser encarada com expectativa, tendo em conta o desejo de muitos de que possa ocorrer a beatificação da terceira vidente dos acontecimentos de 1917, a Irmã Lúcia de Jesus.

As reformas

Porto Canal

O Papa Francisco, a par das reformas na cúria e na renovação do colégio cardinalício, vê o seu pontificado marcado por mudanças significativas, entre as quais a escuta aos fiéis sobre o rumo que a Igreja deve prosseguir.

Com o Sínodo sobre a Sinodalidade, que culminará no Vaticano em outubro de 2024, o objetivo é saber como é que a Igreja está a fazer o “caminho em conjunto” no anúncio do Evangelho, tendo chamado, numa primeira fase, “todos os batizados” a darem opinião.

“Uma Igreja sinodal, ao anunciar o Evangelho, ‘caminha em conjunto’. Como é que este ‘caminho em conjunto’ está a acontecer hoje” na Igrejas locais, foi uma das principais perguntas colocadas aos cristãos.

Na missa inaugural do sínodo, em outubro de 2021, o Papa defendeu uma igreja “não assética”, mas sim apegada à realidade e aos seus problemas.

“Deus não habita em lugares asséticos e tranquilos, afastados da realidade, mas caminha a nosso lado e alcança-nos onde quer que estejamos, pelos caminhos às vezes acidentados da vida”, disse Francisco ao clero reunido na Basílica de S. Pedro.

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.