"O IMI não se aplica a este tipo de bens", considera EDP sobre barragens
Porto Canal / Agências
A EDP disse não compreender a decisão de cobrar Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) às barragens e que entende que não se aplica a este tipo de bens, mas aguardam despacho do Governo para tomar decisões.
“A avaliação que fazemos à partida, mas não conhecemos o despacho, é que o IMI não se aplica a este tipo de bens. […] Não compreendemos o que pode ter levado a esta alteração de decisão, mas aguardaremos pelo despacho”, disse o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, em conferência de imprensa sobre o plano estratégico 2023-2026, apresentado esta quinta-feira, em Londres.
Questionado sobre a questão das barragens, o líder da elétrica vincou que a EDP, que detém várias barragens em Portugal, cumpriu com obrigações fiscais no que diz respeito àqueles bens.
O Governo decidiu, recentemente, que vai incumbir a Autoridade Tributária (AT) de fazer a cobrança do IMI das barragens, referente aos últimos quatro anos.
Já sobre o processo da venda de seis barragens à Engie, uma operação que não envolveu o pagamento de imposto de selo, Stilwell d’Andrade disse que a empresa ainda não foi inquirida.
“Temos todo o interesse que [o processo] seja resolvido o mais rápido possível”, realçou o presidente executivo.
Já questionado sobre o impacto que os fenómenos de seca poderão vir a ter na produção hidroelétrica do grupo, Stilwell d’Andrade disse esperar que seja um fenómeno que não se repita, mas garantiu que “não coloca em causa a empresa”.
No ano passado, Portugal registou níveis de seca severa, mas, segundo o líder da elétrica, alguns dos impactos foram absorvidos devido ao “portefólio diversificado de geografias e tecnologias”.
Questionado ainda sobre o uso de gás natural, o presidente executivo respondeu que aquela matéria-prima “vai continuar a fazer parte do ‘mix’ energético”. “Não penso que será descontinuado nesta década”, referiu.
Por fim, relativamente aos investimentos em hidrogénio, a administradora e CEO da EDP Espanha, Ana Paula Marques, indicou que o grupo “deve começar a produzir hidrogénio em Portugal ainda este ano”, apontando uma previsão para setembro.