BE quer que a câmara do Porto proceda ao "alojamento urgente" de famílias nas Fontainhas
Porto Canal / Agências
O BE quer que a Câmara do Porto proceda ao "alojamento urgente" em situações de "habitabilidade dignas" das famílias do bairro dos Moinhos, na zona das Fontainhas, que foi afetado pelas enxurradas de sábado, foi esta sexta-feira anunciado.
"As quatro famílias do bairro dos Moinhos não terão aceitado a solução de alojamento por ser precária e temporária, pelo que é essencial garantir a segurança destes agregados e propor soluções dignas numa situação de catástrofe e de insegurança iminente", afirma o Bloco de Esquerda na proposta que será debatida na reunião pública do executivo na segunda-feira.
No documento, a que a Lusa teve esta sexta-feira acesso, o BE recomenda que a autarquia proceda ao alojamento "urgente" daquelas famílias e que garanta o acesso, pelas mesmas, aos apoios previstos.
O BE quer também que o município garanta, através do programa 1.º Direito, a reabilitação daquele bairro, afetado pelas enxurradas que ocorreram no sábado, e que as famílias possam regressar "assim que se garantam as condições de segurança e habitabilidade".
Na reunião do executivo, o BE tenciona ainda apresentar outra proposta, também relacionada com as enxurradas de sábado, mas centrada nas drenagens da cidade por forma a impedir os riscos de cheias.
Nesse sentido, o partido quer que a autarquia promova uma reunião para esclarecer as "soluções adotadas" relativamente aos desvios de sistemas de drenagens no âmbito da obra de construção da linha Rosa da Metro do Porto para que dela resulte uma "análise rigorosa dos seus impactes na cidade".
Além do executivo, o objetivo é que no encontro marquem presença a Metro do Porto, a Águas do Porto, a Comissão de Avaliação de Impacto Ambiental da linha Rosa e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
O BE quer ainda que a câmara exija os estudos solicitados pela empresa municipal Águas do Porto para que sejam introduzidas as "necessárias" alterações para o "correto funcionamento do sistema de drenagem da cidade" e que se proponha à Metro do Porto e serviços urbanísticos o desenvolvimento de "arranjos exteriores" para "adotar soluções que promovam a infiltração de água pluvial no solo reduzindo o caudal de ponta e o risco de inundações".
O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.
As enxurradas causaram também danos em algumas habitações na zona das Fontainhas.
No sábado, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, afirmou que ocorreu “uma tormenta” na cidade, com uma “grande” queda de água que provocou “56 ocorrências”, com danos na Rua Mouzinho da Silveira, que ficou interditada.
Filipe Araújo destacou que a autarquia do Porto não estava preparada para o que sucedeu na Rua Mouzinho da Silveira, perto da estação de São Bento e da Ribeira, e onde decorrem obras da Metro do Porto, reconhecendo que as obras que estão a decorrer podem ter provado alguma alteração.
Na sequência das enxurradas, a Metro do Porto pediu um estudo sobre as condições da empreitada da Linha Rosa, que decorre na baixa da cidade, ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).