O princípio do fim do “inferno” na A4. 7 anos depois, o túnel de Águas Santas prepara-se para voltar à “normalidade”

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Porto Canal

É a luz ao fundo do túnel para as demoradas obras na A4, que começaram em 2015. A galeria sul do túnel de Águas Santas vai abrir ao público na próxima quinta-feira, 3 de novembro. A notícia foi avançada em exclusivo pelo Porto Canal, que visitou a reta final dos trabalhos de requalificação.

Pronto está também o projeto do nó de Ermesinde. Para o fim do ano é ainda esperada a abertura da galeria central de Águas Santas. Segundo Manuel Melo Ramos, presidente executivo da Brisa Concessões Rodoviárias, apesar da demora dos trabalhos, o projeto “vem proporcionar às populações condições de fluidez muito melhores do que as que existiam”.

“Isto já são obras da Santa Engrácia”

A notícia apanhou de surpresa quem passava esta semana pelas ruas de Ermesinde. Os últimos sete anos em que o sublanço Ermesinde-Águas Santas esteve em obras foi tempo suficiente para que a população se habituasse à confusão dos trabalhos. Talvez por isso, quando o Porto Canal chegou com a notícia, a resposta imediata tenha sido: “não acredito”.

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Obras na A4 começaram em 2015, mas estiveram paradas devido a uma impugnação judicial

“Já devia ter acabado há mais tempo. Já são obras de Santa Engrácia, como se costuma dizer”, afirma ao Porto Canal uma condutora que passa diariamente naquela zona. Uns metros mais à frente outra reação, desta vez mais positiva: “penso que com a abertura do túnel vai ser excelente, porque vai diluir mais facilmente o movimento”.

Brisa promete trânsito segregado para maior fluidez

Segundo a Brisa, com a abertura do túnel, o trânsito no sublanço da A4 entre Águas Santas e Ermesinde vai circular, a partir do início de novembro, da seguinte forma: na galeria sul vão, para já, circular todos os condutores que viajem no sentido Porto-Amarante, independentemente da sua origem (Porto ou Matosinhos). No futuro, o objetivo é que o trânsito seja separado. Num dos túneis vão circular os veículos vindos do Porto e no outro os que vêm de Matosinhos.

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Veja como vai funcionar, no futuro, a circulação no túnel de Águas Santas

Ao Porto Canal, Rita Ribeiro Gonçalves, responsável de fiscalização de obras da Brisa, explica que “a segregação de vias vai ajudar muito quem faz este movimento pendular diariamente, porque vai permitir que exista uma separação entre percursos mais congestionados e os restantes, que assim não vão ficar tão dependentes daquilo que são as dificuldades do trânsito dos movimentos pendulares da orla do Porto”.

Sobre o projeto global, que incluiu também a requalificação do nó de Ermesinde, a engenheira afirma que “a equação que foi trazida à Brisa foi complexa, porque não deixaram de passar no percurso todas as pessoas que o utilizavam diariamente”.

“A nossa verdadeira ambição foi melhorar o percurso, torna-lo mais fluído, mais confortável e também mais seguro”, afirma Rita Gonçalves.

A empreitada de alargamento da A4 custou à Brisa cerca de 43 milhões de euros.

Autarcas pedem saídas diretas para Águas Santas e Baguim

Mas apesar das melhorias no traçado, os autarcas pedem mais. Ao Porto Canal, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde afirma que “a população vê apenas meia da sua vontade realizada”. Para João Morgado, “ao mesmo tempo que se duplicou o trânsito em túnel devia ter sido aberta uma saída para Águas Santas e outra para Baguim”. De recordar que quem circule na A4 e tenha como destino a Maia, Valongo ou Gondomar tem apenas duas alternativas de acesso: a saída de São Mamede de Infesta ou a de Ermesinde.

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No sublanço Águas Santas-Ermesinde circulam cerca de 80 mil condutores por dia

Posição defendida também pelo autarca de freguesia de Águas Santas. Fernando Santos explica que “a população vê, há mais de 20 anos, atravessadas na freguesia duas autoestradas (a A3 e a A4) sem que haja um ponto de entrada e um ponto de saída.

Sete anos de avanços e recuos

A empreitada de requalificação da A4 arrancou em 2015, mas dois anos depois, quando supostamente a obra já deveria estar terminada, os trabalhos pararam devido a uma impugnação judicial. As máquinas só voltaram em setembro de 2018. Nessa altura, a Brisa previa que as obras de alargamento em Águas Santas estivessem prontas em 2020. Entretanto passaram quase mais dois anos, e só agora parece haver sinais de que os trabalhos vão mesmo terminar.

Obras na A4 afetaram cerca de 80 mil condutores por dia

Desde o início das obras, milhares de condutores têm sido afetados. Só no primeiro trimestre deste ano foram quase 80 mil por dia.

Os dados são do Instituto da Mobilidade e Transporte e revelam o número de condutores que circularam nas autoestradas portuguesas no primeiro trimestre de 2022. Na A4, nomeadamente no troço entre Águas Santas e Ermesinde passaram, em média, por dia, 78.801 veículos. Mas o número de condutores afetados poderá ser bem maior.

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