Autarca de Montalegre suspeito de favorecer "amigos"
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Porto Canal
O Presidente da Câmara Municipal de Montalegre irá ser presente a tribunal esta sexta-feira. Orlando Alves, assim como o vice-presidente e o chefe de Divisão de Obras da autarquia, foram detidos por combinarem preços de obras com empresários. Um dos arguidos neste processo é o irmão do autarca Orlando Alves, um dos fornecedores da câmara há vários anos.
Tal como o Porto Canal noticiou em primeira mão, o presidente e vice-presidente da autarquia de Montalegre foram detidos, esta quinta-feira, pela Polícia Judiciária do Porto. Os autarcas são suspeitos de terem montado um esquema para lucrar à custa de empreitadas do município. Orlando Alves e David Teixeira terão, segundo a Polícia Judiciária, montado um “cartel” com um grupo restrito de empresários para inflacionar valores e entregar o concurso a “amigos”.
Segundo o que o Porto Canal conseguiu apurar, os autarcas consertavam os preços, as propostas e o vencedor dos concursos das obras da autarquia. As autoridades acusam os suspeitos de crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio.
A investigação, designada Operação Alquimia, teve início esta manhã às 7h com mais de 90 inspetores no terreno. Foram executadas dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias, e envolve empresas nos concelhos de Montalegre, Braga, Famalicão e Vila do Conde.
A investigação versa sobre um volume global de procedimentos de contratação pública, no período de 2014 a 2022, suspeitos de viciação para benefício de determinados operadores económicos, num valor que ascende a 20 milhões de euros. No fundo, suspeita-se de contratações "fantasma" e adjudicações irregulares de obras públicas "à margem da lei".
O primeiro interrogatório judicial realiza-se esta sexta-feira no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.