UE considera "ilegais" referendos de anexação organizados por Moscovo
Porto Canal
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse esta quarta-feira que os "referendos" de anexação organizados por Moscovo nas regiões ucranianas foram "ilegais" e os resultados "manipulados".
"Trata-se de uma nova violação à soberania e à integridade territorial da Ucrânia, no contexto de violações sistemáticas dos direitos humanos", disse Borrell através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.
EU denounces holding of illegal “referenda” and their falsified outcome.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) September 28, 2022
This is another violation of Ukraine’s sovereignty + territorial integrity, amidst systematic abuses of human rights.
We commend the courage of Ukrainians, who continue to oppose & resist Russian invasion.
"Nós saudamos a coragem dos ucranianos que continuam a opor-se e a resistir à invasão russa" acrescentou o chefe da diplomacia do bloco europeu.
As autoridades pró-Rússia nas regiões ucranianas de Zaporijia, Kherson e Lugansk reivindicaram na terça-feira uma vitória do “sim” à anexação pela Rússia, estando ainda a aguardar-se pelos resultados da quarta região ucraniana ocupada pela Federação Russa.
De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia nas quatro regiões, 93,11% dos cidadãos de Zaporijia votaram a favor da anexação à Rússia, após a contagem de 100% dos boletins de voto.
Na região de Kherson, a administração de Moscovo informou que 87,05% dos eleitores votaram a favor do “sim” à anexação, tendo sido também contados todos os votos.
Pouco depois, as autoridades em Lugansk também anunciaram a vitória do “sim”, enquanto a contagem na quarta região ucraniana onde também se realizou um “referendo”, o Donbass (leste), continua, apesar de as autoridades já terem anunciado que “o sim prevaleceu largamente”.
Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.