Aeroporto Francisco Sá Carneiro com falta de policiamento. Rondas chegam a ser feitas por três agentes

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Porto Canal

O policiamento do Aeroporto Francisco Sá Carneiro apresenta falta de forças policiais. O serviço de controlo e ronda chega a ser feito por apenas três agentes, denuncia a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP). Desvio dos profissionais da Divisão Aeroportuária da PSP do Porto para o SEF agrava problema e espelha as dificuldades sentidas no setor.

É uma situação alarmante e que merece a preocupação e o olhar atento do setor. A falta de efetivo policial é um dilema crescente, que urge resolução, como é reportado por Paulo Santos, da Associação Sócio-Profissional da Polícia e como foi avançado na edição desta segunda-feira do JN.

Uma das principais causas de falta de policiamento na maior parte do aeroporto é o desvio das forças policiais para junto das chegadas, muitas vezes solicitado para apoio do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo havido turnos em que em todo o policiamento do aeroporto foi assegurado por apenas três ou quatro agentes, como explica ao Porto Canal Paulo Santos.

“Apesar da realidade do efetivo policial, ou melhor da escassez de efetivo policial para cumprir aquela que é a nossa missão em várias esquadras, divisões e comandos do país, a verdade é que também nos aeroportos, especialmente no do Porto, essa realidade tem sido evidente e temos tido conhecimentos de alguns episódios que fundamentam, aquilo que andamos a defender há muito tempo, que é a falta de efetivo. Por outro lado, por tratar-se de uma Divisão Aeroportuária com uma especificidade muito particular como é a do Aeroporto Sá Carneiro. Por isso, aquilo que se nota é a pouca capacidade organizacional para responder a algumas situações que têm acontecido”, reitera o dirigente sindical.

 

 

A escassez de agentes no Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem levantado o tom das críticas do setor, num local onde têm passado, este verão, cerca de 70 mil passageiros por dia, o que ilustra a escassez de meios para garantir um bom serviço.

Perante a carência nacional, é necessário auxílio “vizinho”

Os agentes não chegam para as solicitações e até já foram apoiados por polícias espanhóis em viagem. “Um passageiro estava exaltado e, ao lado, encontravam-se alguns polícias espanhóis, de regresso ao seu país, que o acalmaram”. Contudo, quando a PSP chegou ao local, já os colegas espanhóis tinham partido e houve dificuldade em dominar o passageiro”, como é possível ler no JN.

Desfalcar videovigilância para ter agentes no terreno

O número de agentes é de tal forma reduzido que já houve necessidade de desviar o elemento de serviço à videovigilância. Evidências que espelham um problema estrutural “não só do número de polícias que existem no mapa de pessoal, mas do número de polícias com capacidade operacional para estar no terreno devidamente enquadrado e para responder àquilo que são as necessidades do dia-a-dia”, defende Paulo Santos.

 

 

“Se este cenário não se verificasse, não haveria necessidade de retirar polícias de esquadras da cidade do Porto ou do Comando do Porto para reforçar o Aeroporto, como tem acontecido semanalmente, para além de Divisões como Gaia, Matosinhos, Gondomar”.

E não se verificavam situações como a verificada no dia 16-09-2022, em que todas as esquadras da Divisão de Vila Nova de Gaia” registaram apenas 1 elemento de serviço no turno 00h00-08h.

A ponta do iceberg

Para o elemento da Associação Sócio-Profissional da Polícia este é apenas o reflexo de um problema que não é de agora e que possui várias camadas. “Questionamos o ministro José Luís Carneiro que, se, efetivamente, há polícias suficientes porque razão não se liberta todos aqueles que já atingiram um limite de idade e que estão à espera de ir para a pré-aposentação e porque razão se continua, nos turnos noturnos, com um elemento e porque razão continuamos a escalar elementos policiais, em serviço remunerado, para os dias de folga, cortando-lhes as folgas?”.

Assim, Paulo Santos insiste que “é necessária uma reestruturação, aquilo que o Sr. Ministro chama de “reorganização do dispositivo policial, mas não queremos que seja apenas nestes termos, que é pegar em alguns elementos que estão em serviço burocrático e administrativos, entre outros e colocando-os na componente operacional”.

É preciso outro tipo de resposta como o “aumento da atratividade no setor, dignificação salarial, rejuvenescimento da instituição”.

 

 

Perante este cenário, o dirigente sindical considera que “é importante perceber estas realidades e dar-lhes uma resposta cabal e efetiva e não continuar com esta tentativa de branqueamento com roulottes, com comunicados políticos, com intenções…. É preciso o Sr. Ministro sentar-se à mesa com as estruturas sindicais”.

 

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