Saúde oral gratuita, robots cirúrgicos e taxas moderadoras. As ideias de Fernando Araújo para o SNS

Saúde oral gratuita, robots cirúrgicos e taxas moderadoras. As ideias de Fernando Araújo para o SNS
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Porto Canal

O atual presidente do conselho de administração do Hospital São João é o nome preferido do Governo para assumir o cargo de CEO do Serviço Nacional de Saúde. Com currículo e passado ligado à saúde e administração hospitalar, Fernando Araújo escreveu 20 artigos de opinião no Jornal de Notícias desde maio deste ano. No JN, Araújo deu pistas sobre o futuro do SNS e como prefere gerir a saúde em Portugal. Aos leitores do Porto Canal fazemos um resumo das ideias do putativo novo ‘chefe-médico’ dos portugueses.

Dentistas para todos os portugueses

Para Fernando Araújo, a saúde oral não é um luxo, mas uma necessidade básica que foi “esquecida”. Sabendo que um em cada três portugueses nunca visitam dentistas, principalmente por limitações financeiras, o novo CEO vai querer aperfeiçoar e alargar o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral. Araújo defende a criação de uma carreira de médico-dentista dentro do SNS e um modelo para implementar gabinetes de saúde oral em todos os municípios do país.

Como resolver o problema das urgências

À frente do Hospital São João, Fernando Araújo sabe que os utilizadores frequentes, mal informados ou desnecessários provocam o caos nos serviços de saúde portugueses. No ano passado, houve 4600 doentes que recorreram quatro ou mais vezes às urgências do São João, num total de 25 mil episódios. Em 2021, houve ainda “mil e cem episódios de pessoas que vieram 20 ou mais vezes à urgência, os designados superutilizadores”.

Como resolver este excesso? Para Araújo, é preciso mais informação e melhor organização entre serviços dos hospitais, especialmente a nível de psiquiatria. “Um pequeno número de pessoas resulta num largo número de episódios de urgência e internamento, com impacto desproporcionado de custos”, lembra o médico, pelo que é essencial que os serviços comuniquem entre si.

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Diminuir taxas moderadoras não é solução

Diz Fernando Araújo: “cerca de metade dos utentes está isento do pagamento de taxas moderadoras (…) Menos de metade da população não isenta paga (…) E aos utentes que não estão isentos e que não pagam, nada acontece”. Ou seja, “já existe um regime de isenção total de taxas moderadoras, ainda que possa não ser de domínio público”.
Por isso, de nada conta anunciar o fim de taxas moderadoras, até porque publicitar o término deste custo podia levar a facilitismos e ainda maior saturação do sistema de urgências.

Robots cirúrgicos

Para Fernando Araújo, robots na saúde significam cirurgias menos invasivas, recuperação mais rápida e mais segurança nos procedimentos. “Portugal não possui uma reflexão, uma estratégia, uma visão. Apenas um equipamento no SNS, em Lisboa, doado por uma fundação. Existem, por outro lado, vários destes equipamentos em hospitais privados. No passado, as novas tecnologias emergiam primeiro no SNS. Agora é o inverso”, diz o dirigente nas páginas do JN.
Por isso, é urgente delinear um plano para a compra de aparelhos que façam Portugal avançar “uma década” na medicina.

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Desburocratizar o sistema e reduzir horas extra

“Salários baixos, progressão lenta ou inexistente, exigência enorme, trabalho insano, sem um fio condutor. O sistema está burocrático, administrativista, nada focado na excelência da gestão, nos trabalhadores e nas instituições, desprestigiando os doentes. As folhas de excel e os números são o paradigma dos processos”, escreve Fernando Araújo.

Para enterrar de vez o machado de guerra entre profissionais de saúde e o Governo, é necessário contratar mais profissionais para o SNS. Araújo fala de uma missão em reduzir “15 milhões de horas extraordinárias, mais de 500 milhões de euros em horas extraordinárias e prestações de serviço”.

Ligação aos privados

Para Fernando Araújo, os privados não são um bicho de sete cabeças. O diretor do São João defende “os mais competentes”: “Na saúde, mais do que voluntarismo, precisamos de profissionalismo”.
O médico do Porto quer ver mais protocolos e acordos entre públicos, privados e sociais. Não interessa quem faz, desde que seja feito. “O essencial são as pessoas”.

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