Quem são as figuras-chave da elogiada "fórmula do Porto" para a saúde?

Quem são as figuras-chave da elogiada "fórmula do Porto" para a saúde?
Atual conselho de Administração do Hospital de São João, liderado por Fernando Araújo
| Norte
Porto Canal

Manuel Pizarro, Fernando Araújo e Margarida Tavares. Três médicos do Hospital de São vão passar a sentar-se nas cadeiras do poder da saúde em Portugal. Mas poderão não ser os únicos. Até porque, com os novos cargos abertos pela reforma do SNS e com já anunciada intenção de António Costa de “copiar” a fórmula do Porto, são mais os nomes que podem saltar para a ribalta.

Para Fernando Araújo, o novo CEO do SNS, o problema da saúde em Portugal é cultural e, por isso, é necessário “pegar nos melhores exemplos”. Segundo o primeiro-ministro, no Porto, há muitos. Que poderão ainda vir a ocupar vários cargos dentro do sistema. Até porque deverá estar para breve a nomeação do novo Diretor-Geral da Saúde, por exemplo. Além disso, se o desejo de Araújo se concretizar, a gestão do SNS pode mesmo ser instalada no Porto.

Mas, afinal, quem está por trás da tão elogiada "fórmula do Porto" para a saúde?

Henrique Barros, o “famoso” epidemiologista das reuniões do Infarmed

Ganhou notoriedade nas famosas reuniões do Infarmed, em que o Governo e o Presidente da República recorriam a um vasto leque de especialistas para se aconselharem sobre a gestão da pandemia. Henrique Barros é presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e, até agora, o presidente do Conselho Nacional de Saúde. Mas por ser casado com a nova secretária de Estado, Margarida Tavares, deverá renunciar ao cargo, cujo mandato terminava em dezembro. O epidemiologista fica assim disponível para novos voos, que podem passar pela gestão do Serviço Nacional de Saúde.

Raquel Duarte, a “voz da razão” da luta contra a pandemia

Raquel Duarte e Fernando Araújo têm um passado político comum, até porque foram ambos secretários de Estado da Saúde quanto era ministro Adalberto Campos Fernandes. Tal como Henrique Barros, a pandemia colocou-a no centro do espaço mediático. Foi presença assídua nos jornais e na televisão e aconselhou o Governo e os portugueses sobre os cuidados a ter com a Covid-19. É pneumologista, nasceu no Porto e trabalha no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e especializou-se em saúde pública. Tal como Henrique Barros, é investigadora do Instituto de Saúde Pública da Univeersidade do Porto (ISPUP). O seu nome chegou a ser apontado para a secretaria de Estado, mas poderá agora assumir um novo cargo. No passado, a sua nomeação para a DGS esteve praticamente acertada. Na altura, Graça Freitas acabou por assumir o cargo, mas agora o desfecho pode ser diferente.

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Em 2017, o nome de Raquel Duarte chegou a estar praticamente fechado para substituir Francisco George nos comandos da Direção-Geral de Saúde. Na altura, Graça Freitas acabou por ser a escolhida

António Taveira Gomes. A “fórmula de Matosinhos” também é válida?

Em 2016 assumiu a direção clínica da Unidade de Saúde Local de Matosinhos e, por isso, conhece bem a importância dos cuidados de saúde primários para o sucesso da “fórmula do Porto”. Mas tal como muitos, provou que um médico também pode ser um bom gestor. Tornou-se presidente do Conselho de Administração e, por isso, um nome forte da saúde na região Norte. Este ano foi até nomeado para o grupo de trabalho responsável pela criação do tão aguardado Hospital em Barcelos.

Carlos Nunes, o homem por trás da gestão da saúde no Norte

Foi, tal como Fernando Araújo, um dos nomes apontados para assumir a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde. Afinal de contas, se há quem esteja por trás da “fórmula do Porto” é Carlos Nunes, o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte. Começou como médico de família e, por isso, tem bem presente a importância dos cuidados de saúde primários na resolução dos problemas estruturais do SNS. De acordo com os dados mais recentes do Portal do SNS, 1,2 milhões de portugueses continuam sem médico de família. Que não será CEO já é certo, mas pode ainda ser chamado a entrar na reforma há muito esperada por utentes, mas sobretudo por profissionais de saúde.

José Artur Paiva, no 'coração' do São João

É um dos mais respeitados clínicos e gestores de saúde do Porto. Diretor do serviço de Medicina Intensiva do Hospital de São João, considerado uma das unidades mais importantes da instituição. José Artur Paiva ocupa e ocupou diversas posições na Direção-Geral de Saúde, como a coordenação nacional de Via Verde de Sepsis e já foi designado pelo Ministério da Saúde para cargos como a Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência/Urgência. Um nome a ter em conta para o futuro do Hospital de São João.

Porto Canal 

José Artur Paiva é um dos nomes a ter em conta para o futuro do Hospital de São João. Também sobre Nelson Pereira, atual diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva, recaem todas as atenções

Carlos Lima Alves, do São João para o Infarmed

Carlos Lima Alves é, tal como vários dos nomes apresentados anteriormente, médico no Centro Hospitalar e Universitário de São João. Em agosto, integrou a nova equipa do Conselho Diretivo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), onde é vice-presidente, supostamente por mais três anos. Preside à Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica. No passado, foi coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos do Hospital de São João.

Luís Porto Gomes, o homem dos números do Hospital de São João

O Conselho de Administração do Hospital de São João (na foto) era, até agora, constituído por Fernando Araújo (Presidente), Maria João Baptista (Diretora Clínica), Maria Filomena Cardoso (Enfermeira Diretora), Carla Araújo (Administradora Executiva) e Luís Porto Gomes (Administrador Executivo com a área das finanças). Luís Porto Gomes esteve sempre ao lado de Fernando Araújo e, por isso, tanto poderá ser chamado para o continuar a ajudar, agora no Serviço Nacional de Saúde, como poderá garantir a continuidade no futuro do Hospital de São João. No passado, desempenhou funções idênticas no Hospital de Santo António e na ARS Norte.

António Ferreira. Não deverá ser hipótese, mas não pode ficar esquecido

Foi durante um longo período comentador residente no Porto Canal e uma figura chave do Hospital de São João. António Ferreira é, inevitavelmente, um dos nomes associados à "fórmula do Porto". Tal como Fernando Araújo, foi presidente do Conselho de Administração do São João, mas não deverá ser agora uma opção. O médico é mais próximo da oposição do que do aparelho socialista e está, neste momento, mais afastado por motivos pessoais.

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