Tripulantes de cabine criticam “timing totalmente errado” da mudança da sede da TAP
Porto Canal
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz que o “timing” para a mudança da sede da TAP é “totalmente errado”. A companhia aérea nacional pretende deixar as atuais instalações no Aeroporto Humberto Delgado para rumar ao Parque das Nações. A renda anual do novo espaço poderá ser de quase quatro milhões de euros.
Ricardo Penarroias, presidente do SNPVAC diz não entender “como é que numa altura, em que os trabalhadores estão a fazer grandes sacrifícios, há a necessidade de mudar de sede”. Acrescenta ainda que, pelo que sabe, “no Plano de Restruturação não estava prevista qualquer mudança de instalações”.
A forma como ficaram a saber da notícia é também um dos pontos criticados pelos tripulantes de cabine. Para a estrutura sindical a comunicação foi feita “de uma forma infeliz, através da Comissão de Trabalhadores”. Para Ricardo Penarroias, “a administração devia ter informado os sindicatos e os trabalhadores das suas intenções e não apresentar tudo como se fosse um dado adquirido”.
Tal como os Pilotos, que esta semana denunciaram também a situação ao Porto Canal, os tripulantes de cabine alertam para a manutenção dos serviços essenciais nas novas instalações, como é o caso do infantário ou o refeitório. “Numa fase em que a empresa se queixa tanto do absentismo do pessoal é curioso ver que a TAP vai ao desencontro daquilo que pretendia. Onde é que os tripulantes vão deixar os seus filhos para ir fazer voos?”, questiona Ricardo Penarroias.
Sobre a nova localização da sede da TAP, o SPVAC lamenta só ter “informações a conta gotas e através da comunicação social”. O presidente do sindicato questiona ainda como é que “com tantas dúvidas à volta do novo aeroporto se tomam estas decisões”.
Segundo o jornal ECO, o novo edifício na mira da TAP é a atual sede dos CTT, no Parque das Nações. O Edifício Báltico, no número 13 da Avenida D. João II tem uma área de cerca de 15 mil metros quadrados, divididos em 16 pisos acima do solo e cinco subterrâneos. O imóvel foi construído em 2010 pela Mota-Engil e vendido em 2013 ao fundo alemão Deka Immobilien, naquele que foi considerado na altura o maior negócio imobiliário dos últimos quatro anos. Em 2011, os CTT ocuparam o edifício como arrendatários. Durante o primeiro ano a renda foi de de 2,2 milhões de euros, passando depois para 3,8 milhões de euros.