Internamentos do grande Porto sem resposta para doentes psiquiátricos

Internamentos do grande Porto sem resposta para doentes psiquiátricos
| Norte
Porto Canal

É um problema que afeta toda a Área Metropolitana do Porto. Os quatro hospitais da região com serviço de internamento na área da psiquiatria têm taxas de ocupação que rondam os 100%. De janeiro a maio de 2022, o Hospital de Vila Nova de Gaia registou uma taxa de ocupação de 100%, o Hospital de São João 97%, o Hospital de Magalhães Lemos de 105% e o Hospital de Tâmega e Sousa, em Penafiel, registou uma taxa de ocupação de 85%.

De unidade de retaguarda, o Hospital de Magalhães Lemos passou a ser a salvação do sistema. Sem vagas nos hospitais de proximidade, os doentes são levados para o hospital psiquiátrico à espera de uma cama. Segundo a coordenadora da Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto, “estão vários doentes de outros hospitais no Hospital Magalhães Lemos, que está com uma taxa de ocupação realmente muito elevada”, adianta Manuela Moura.

Em entrevista ao Porto Canal, Rosa Encarnação, diretora clínica do Hospital Magalhães Lemos, confirma o cenário de sobrelotação, com taxas de ocupação que ultrapassam largamente os 100%. “Nós vamos abrindo vagas quando precisamos e depois, logo que possível, fechamos porque implica uma equipa extra. Não sei durante quanto tempo é que nós vamos conseguindo isso”, explica.

A sobrelotação dos serviços leva à perda de capacidade de resposta. Quando se torna necessário internar um doente que é acompanhado em consulta, o caminho torna-se complexo.

“Devíamos poder internar diretamente da consulta para o internamento, mas os internamentos estão cheios. O doente tem de fazer o caminho das pedras para ir à urgência metropolitana e aguardar num sistema relativamente perverso”, explica o diretor do serviço de psiquiatria do Hospital de São João.

Esta é uma notícia Porto Canal que faz parte de um trabalho mais alargado sobre a resposta hospitalar no grande Porto para os doentes com doença mental.Visitamos três hospitais da Área Metropolitana do Porto para retratar a realidade de doentes que passam por transferências, por vezes horas de espera, para conseguirem uma cama.

A reportagem completa aqui

 

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