Hospital do Tâmega e Sousa transfere 50 doentes para outros hospitais da região
Porto Canal com Lusa
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), unidade que regista cerca de 10% dos internamentos a nível nacional, transferiu "cerca de 50" doentes covid-19 para outros hospitais da região, indicou à Lusa fonte hospitalar.
Sem precisar quais as unidades hospitalares que acolheram doentes infetados com o novo coronavírus provenientes da zona do Tâmega e Sousa, fonte do CHTS referiu que "além dos cerca de 50 transferidos para outros hospitais da região", foram também encaminhados doentes de Penafiel para Amarante.
"Cerca de 45 já estão no hospital de Amarante [que pertence ao CHTS]. Outros cerca de 50 foram para a rede", referiu a fonte.
Na sexta-feira o Hospital das Forças Armadas (HFA) divulgou que acolheu 10 doentes "na sequência de um pedido do Hospital de Penafiel".
Já o Hospital Fernando Pessoa, uma unidade privada de Gondomar, acolhia naquela data 20 doentes provenientes do CHTS, de acordo com fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Hoje o CHTS conta com 210 internados, dos quais 10 internados em cuidados intensivos.
Com este número de internamentos, o CHTS regista 9,3% do total de nacional de internamentos (2.255) relacionado com o novo coronavírus.
A mesma fonte indicou à Lusa que o CHTS contabiliza "mais de 100" profissionais de saúde de todos os grupos profissionais, desde médicos a enfermeiros e assistentes operacionais, "infetados ou em isolamento profilático".
Nas últimas semanas, a região do Tâmega e Sousa sido alvo de preocupações devido ao aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus.
Com unidades em Penafiel e em Amarante, o CHTS presta apoio a cerca de 520 mil pessoas de uma região que inclui Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, concelhos onde vigora o dever de permanência no domicílio desde 22 de outubro, medida que foi alargada sábado a um total de 121 municípios do país.
Numa reportagem de quinta-feira publicada pelo Expresso leem-se relatos de médicos que apontam para a "rutura do hospital": Sentimo-nos em Itália mas sem que seja reconhecido isso. É como se as paredes não permitissem que se visse para dentro", referiu uma das profissionais.
Na sexta-feira à noite o presidente do conselho de administração, Carlos Alberto Silva, publicou nas redes sociais do centro hospitalar um apelo à população, no qual pedia que "todos" cumprissem as recomendações como uso de máscara, lavagem das mãos, etiqueta respiratória e distanciamento social.
"O CHTS tem estado nestas últimas semanas sobre uma pressão tremenda, com uma injusta sobrecarga de trabalho dos seus profissionais, devido à elevadíssima concentração de casos positivos nesta região. Aliás, nunca tinha acontecido, desde o início da pandemia, que um só hospital tivesse concentrados 10% de todos os doentes internados por COVID-19 do país. É o que está atualmente a acontecer no CHTS. Apesar das dificuldades provocadas por uma situação desta dimensão, ainda que preferíssemos que não precisassem de acorrer ao hospital, continuaremos a trabalhar para os nossos utentes", lê-se no texto.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.590 em Portugal.
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