Penafiel transfere doentes, Vila Nova de Gaia disponibilizou 10 camas e prepara outras tantas

Penafiel transfere doentes, Vila Nova de Gaia disponibilizou 10 camas e prepara outras tantas
| Norte
Porto Canal com Lusa

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) está a transferir doentes covid-19 para hospitais da região, nomeadamente para Vila Nova de Gaia/Espinho, que já disponibilizou 10 camas e prepara outras tantas, indicaram hoje fontes hospitalares.

Fonte do CHTS referiu à Lusa ter hoje, no Hospital de Penafiel, 190 doentes covid-19 internados, dos quais 10 estão em cuidados intensivos, o que corresponde a cerca de 8,1% do total de internamentos pelo novo coronavírus a nível nacional, tendo em conta os dados divulgados pela Direção-Geral de Saúde na quarta-feira.

Na terça-feira, este hospital registava 235 internados, dos quais 11 em cuidados intensivos.

“A diminuição dos internados tem a ver com a transferência de doentes para outros hospitais da região. Estas transferências têm-se intensificado, prevendo-se que diminua a pressão no funcionamento do hospital nos próximos dias”, referiu à agência Lusa fonte do CHTS.

Já fonte do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) disse que está a receber doentes da região do Tâmega e Sousa, tendo sido disponibilizadas 10 camas.

“Entretanto, estão a ser preparadas mais 10”, referiu a mesma fonte.

Na quarta-feira, na conferência de imprensa da Direção-Geral de Saúde, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales revelou que naquele dia seriam transferidos do CHTS 10 doentes para o Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa, em Gondomar.

O governante acrescentou que outros 10 doentes do CHTS seriam na quinta-feira.

A propósito do pedido de reforço de médicos, o secretário de Estado referiu que para a região Norte já tinham sido contratados, no âmbito da covid-19, 120 médicos até ao dia 26 de outubro, oito dos quais para o CHTS que recebeu também sete prestadores de serviço.

Estas transferências do CHTS somam-se a outras confirmadas anteriormente, como aconteceu com o Hospital das Forças Armadas (HFA) no Porto.

Na sexta-feira, este hospital militar acolheu 10 doentes “na sequência de um pedido do Hospital de Penafiel”, referia comunicado divulgado à data.

Já o Hospital Fernando Pessoa, uma unidade privada de Gondomar, acolhia também na sexta-feira 20 doentes provenientes do CHTS, de acordo com fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).

Nas últimas semanas, a região do Tâmega e Sousa sido alvo de preocupações devido ao aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus.

Esta situação gerou um pedido de “ajuda” pelo presidente do conselho de administração do CHTS, Carlos Alberto Silva, à direção da ARS-N.

“Já tenho 30 internados na urgência outra vez e hoje é segunda-feira, dia particularmente difícil. Se tiverem médicos de clínica geral que possam vir fazer urgência era bom porque tivemos aqui alguns positivos que fragilizaram as escalas. Está complicado”, referia o ‘email’ de Carlos Alberto Silva, datado de segunda-feira, ao qual a Lusa teve acesso.

“Logo que rececionado o email [do presidente do conselho de administração do CHTS], de imediato o mesmo foi reencaminhado para todos os diretores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde da Região, apelando a uma resposta célere”, referiu à Lusa fonte da ARS-N.

Com unidades em Penafiel e em Amarante, o CHTS presta apoio a cerca de 520 mil pessoas de uma região que inclui Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, concelhos onde vigora o dever de permanência no domicílio desde 22 de outubro, medida que foi alargada sábado a um total de 121 municípios do país.

Vários médicos e enfermeiros têm vindo a denunciar a situação de pressão deste hospital.

Em entrevista ao Observador na terça-feira, um enfermeiro referia: “A primeira vaga? Foi para meninos”.

Na terça-feira, fonte do CHTS referiu à Lusa indicou à Lusa que este hospital contabiliza “mais de 100” profissionais “infetados ou em isolamento profilático”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.694 em Portugal.

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