Covid-19: Credores e UNECA defendem alívio da dívida bilateral também em 2021

| Economia
Porto Canal com Lusa

Washington, 02 out 2020 (Lusa) - Os credores da dívida pública e a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defenderam hoje que a participação dos países no alargamento da suspensão dos pagamentos de dívida é essencial para ajudar os países endividados.

"Relativamente às discussões sobre a Iniciativa da Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, o grupo nota que alargar a iniciativa até 2021 daria um alívio de dívida adicional muito necessário", lê-se numa nota hoje enviada à Lusa.

Na nota divulgada pelo Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa os credores, e pela UNECA, depois de uma reunião conjunta com vários ministros das Finanças africanos, defende-se ainda que "todos os países credores são encorajados a participar totalmente numa DSSI alargada".

A DSSI isenta de pagamentos os juros de dívida pública bilateral, ou seja, os países devedores ficam isentos de pagar as amortizações e os pagamentos principais até final deste ano, devendo a iniciativa ser alargada pelo menos até final de 2021 se a reunião dos chefes de Estado do G20, em novembro, assim o decidir.

Na nota, salienta-se que "todos concordam que o acesso a capital privado é essencial para o desenvolvimento e o crescimento económico, para a recuperação a seguir à pandemia [de covid-19], e para aumentar os padrões de vida e criar mais prosperidade em África".

De acordo com os credores privados e os representantes dos governos dos países mais endividados, "dada a importância do capital privado e o seu papel cada vez mais proeminente em África na última década, é crucial que os países com acesso ao mercado e com o enquadramento macroeconómico apropriado continuem a ter esta oportunidade de acesso em complemento ao financiamento concessional".

Na nota, os credores e a UNECA lembram que "não houve dois países a entrarem na crise da mesma posição, e as suas situações económicas continuam a refletir a diversidade do continente africano", razão pela qual se "recomenda uma abordagem caso a caso como a solução mais viável na resolução de qualquer potencial insolvência".

A reunião virtual surge no seguimento das reuniões que os ministros das finanças e desenvolvimento africanos têm feito como parte do apoio institucional dado aos países africanos relativamente às consequências da pandemia, e poucos dias antes do início das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, onde a sustentabilidade da dívida e o novo enquadramento proposto serão temas em destaque.

África registou mais 229 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, subindo o número de óbitos para 36.372, num total de 1.488.488 infetados, segundo os últimos dados sobre a pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas houve nos 55 Estados-membros da organização mais 7.263 casos da doença e 6.251 recuperados, para um total de 1.230.648.

Segundo o África CDC, a África Austral continua a registar o maior número de casos de infeção e de mortos, tendo ultrapassado os 18 mil mortos nas últimas 24 horas, para as 18.134 vítimas mortais, e o número total de infetados é agora de 740.201.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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