Covid-19: Ex-vice-ministra da Saúde timorense diz que não foi informada da exoneração

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Porto Canal com Lusa

Díli, 03 abr 2020 (Lusa) -- A ex-vice-ministra da Saúde timorense disse hoje à Lusa que não foi informada pelo primeiro-ministro da decisão da sua exoneração e que, até ao momento, não recebeu qualquer informação oficial sobre o assunto.

"Ainda não recebi nada oficial e não fui informada da decisão de exoneração. Não sei o motivo da exoneração", disse Élia dos Reis Amaral, em declarações à Lusa.

A ex-governante, que exercia interinamente o cargo de ministra da Saúde, foi hoje exonerada num decreto do Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, com base em proposta do primeiro-ministro, Taur Matan Ruak.

Nem o gabinete do primeiro-ministro nem a Presidência da República fizeram até ao momento qualquer anúncio oficial da decisão constante do decreto, a que a Lusa teve acesso.

Os serviços de comunicação do Gabinete de Crise, liderado por Taur Matan Ruak, chegaram a anunciar para hoje uma conferência de imprensa do primeiro-ministro que acabou por não se realizar.

Escusando-se, para já, a fazer mais comentários sobre a sua exoneração, até porque ainda desconhece o que a justifica, Élia dos Reis Amaral disse à Lusa que participou na quinta-feira numa reunião com responsáveis regionais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nesse encontro, foi analisada a situação da covid-19 em Timor-Leste, onde há apenas um caso confirmado, tendo Élia dos Reis Amaral proposto que, na eventualidade de o número de casos vir a aumentar, possa vir para Díli um navio hospital da Cruz Vermelha ou de outra entidade.

A exoneração, proposta pelo chefe do Governo, surge na sequência de crescente tensão dentro do executivo, confirmada por várias fontes ouvidas pela Lusa, relativamente à ação de Élia dos Reis Amaral desde o início da crise.

O papel da ex-vice-ministra -- que tem sido criticado dentro e fora do Governo - foi relativamente lateralizado desde a criação do Gabinete de Crise, liderado pelo primeiro-ministro.

A tensão evidencia as divisões políticas no Executivo, que não conta atualmente com uma maioria parlamentar, com o Governo a deixar de contar com o apoio de dois dos seus parceiros, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Esses dois partidos estão agora integrados numa nova aliança de maioria parlamentar, que conta com 34 dos 65 lugares, apesar de alguns dos seus membros, incluindo a vice-ministra da Saúde (CNRT) estarem ainda no executivo.

Na quinta-feira houve alguma confusão na comunicação do Governo timorense sobre os dados da covid-19 em Timor-Leste, com dados diferentes transmitidos em duas conferências de imprensa seguidas e no mesmo local.

Os balanços diferentes de casos suspeitos e de testes realizados pelo Laboratório Nacional foram apresentados por um dos porta-vozes do Gabinete de Crise, Rui Araújo, e, logo a seguir, por Élia dos Reis Amaral.

Rui Araújo foi hoje oficialmente nomeado, entre outros responsáveis, como um dos porta-vozes do Gabinete de Crise num despacho assinado pelo primeiro-ministro e que entra em vigor, oficialmente, no sábado.

 O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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