Covid-19: GNR difunde avisos sonoros nas aldeias do distrito da Guarda
Porto Canal com Lusa
Guarda, 24 mar 2020 (Lusa) - Os militares da GNR estão a percorrer as várias aldeias do distrito da Guarda com avisos sonoros para alertar a população para os cuidados que deve ter com a pandemia causada pela covid-19, foi hoje anunciado.
Segundo fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda, a ação começou no domingo e abrange "todas as aldeias" dos 14 concelhos daquele distrito do interior do país, marcado por uma população envelhecida e também pela presença de muitos emigrantes e de residentes em outras zonas do país que, nos últimos dias, regressaram à terra natal.
A GNR está a utilizar os altifalantes das viaturas de patrulhamento para fazer chegar a mensagem aos residentes de que neste período de pandemia devem "ficar em casa".
"Fiquem em casa. A desobediência é crime. Fiquem em casa. Quem está sob isolamento profilático, em quarentena, entrou no país agora ou vem de uma zona de contaminação comunitária, tem que ficar em casa", são alguns dos avisos que estão a ser difundidos pelos militares da GNR.
Fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda disse hoje à agência Lusa que "todas as patrulhas auto de todos os concelhos do distrito" estão envolvidas na missão de "informar as pessoas para que fiquem em casa".
A GNR destaca a importância da iniciativa pelo facto de em muitas aldeias da zona da Guarda viverem "idosos e isolados, que não têm tanto acesso à informação" como quem vive nos grandes centros urbanos.
"O que fazemos, em todos os concelhos, é não só passar a informação, como explicar as medidas principais do Decreto n.º 2-A/2020 [que regulamenta a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República para combate à covid-19], que vão desde o dever de permanecer na residência, até ao encerramento de determinados estabelecimentos e à proibição de aglomerações", disse a fonte.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.696 mortos em 39.673 infeções, o Irão, com 1.934 mortes num total de 24.811 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 499 mortes (41.511 casos).
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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