População de S. Pedro da Cova envia postais a Costa a exigir retirada de resíduos

| Norte
Porto Canal com Lusa

Gondomar, Porto, 10 mai 2019 (Lusa) - A população de São Pedro da Cova, localidade de Gondomar onde estão depositadas toneladas de resíduos perigosos, vai dirigir ao primeiro-ministro milhares de postais a exigir a requalificação da freguesia, revelou hoje o presidente da junta, Pedro Vieira.

"Temos feito manifestações e vigílias, comunicados, nunca daremos por terminada a nossa luta. A população exige a rápida retirada dos resíduos. E se o Ministério do Ambiente, ao qual dirigimos muitos pedidos de audiência, mas sem resposta, não resolve a situação, temos de nos dirigir às entidades máximas", referiu o presidente da União de Freguesias de Fânzeres/São Pedro da Cova.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Vieira avançou que foram feitos "pelo menos 10.000 postais" que começam a ser distribuídos segunda-feira por toda a freguesia.

O autarca acredita que o envolvimento do movimento associativo, escolas e coletividades será "total".

Os postais têm como frase "Remoção total dos resíduos perigosos já!" e imagens que simbolizam sinais de perigo e produtos tóxicos.

Em causa está uma situação que remonta a 2001/2002, quando toneladas de resíduos industriais perigosos provenientes da Siderurgia Nacional, que laborou entre 1976 e 1996, na Maia, distrito do Porto, foram depositadas em São Pedro da Cova.

Entre outubro de 2014 e maio de 2015 foram retiradas 105.600 toneladas, mas, entretanto, foi revelado que existem mais resíduos e lançado um concurso, que obteve sete candidatos, com vista à retirada de 125 mil toneladas.

O Ministério do Ambiente, através do Fundo Ambiental, alocou 12 milhões de euros para a remoção total dos resíduos.

A 24 de abril do ano passado foi anunciado que a obra de remoção arrancava este ano e terminava em 2019, mas em junho foi noticiado que a empreitada tinha sido adiada, devido a um processo judicial de impugnação instaurado ao concurso de adjudicação por um dos concorrentes que não ganhou.

"Esse anúncio aconteceu há quase um ano e ainda nada foi resolvido. É tempo demais. Exigimos a imediata retirada dos resíduos e a requalificação do espaço. A população e a freguesia já foram muito sacrificadas com esta situação", criticou Pedro Vieira.

No início de abril, em resposta à agência Lusa, fonte ligada ao Ministério do Ambiente apontou que "não existem neste momento novidades sobre o processo".

Entretanto no dia 10 do mês passado, o Tribunal de São João Novo, no Porto, absolveu seis pessoas que o Ministério Público acusou pela deposição dos resíduos perigosos.

Para o coletivo de juízes que julgou o caso, ficou por provar a tese segundo a qual os arguidos cometeram o crime de poluição com perigo comum, ao contrário do que se defendia na acusação do processo.

"Não se provou que os arguidos atuassem com a intenção de pôr em perigo a vida das pessoas", nem mesmo que tivessem violado as leis ambientais vigentes à época, entenderam juízes do Porto.

"A população ficou confusa. Sabem que é perigoso, mas depois não há responsáveis. Este é um processo complexo, mas está nas mãos do Governo desbloquear a situação", considerou, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Fânzeres e São Pedro da Cova.

PFT // MSP

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

Jovem detido por incendiar escola em Vila Real

Um jovem de 19 anos foi detido, esta terça- feira, pela Polícia judiciária(PJ) por suspeitas da prática de um crime de incêndio na Escola Básica 23 Diogo Cão, em Vila Real.

Câmara de Braga e condomínio julgados pela morte de três estudantes em 2014

O julgamento de uma ação de indemnização relacionada com a morte de três alunos da Universidade do Minho esmagados por um muro em 2014 arrancou hoje, sendo os réus a Câmara de Braga e uma empresa de condomínios.

Ponte móvel de Leixões vai encerrar durante mais de um ano para obras de modernização

A APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo publicou em Diário da República, esta quinta-feira, um concurso público para a modernização da Ponte móvel de Leixões. O prazo de execução é de 425 dias, o correspondente a 14 meses.