Polícia espanhola na pista de célula composta por 12 pessoas
Porto Canal
A investigação dos dois atentados que fizeram 14 mortos na Catalunha está a avançar, com a descoberta de uma célula de 12 pessoas que passou precipitadamente à ação após o fracasso de um primeiro plano ainda mais mortífero.
Esta célula poderá ter estado envolvida nos ataques com viaturas que abalroaram a multidão de turistas e veraneantes em Barcelona e depois na estância balnear de Cambrils, mais a sul, explicou hoje o porta-voz da polícia regional catalã, Josep Lluís Trapero.
Dessa dúzia de suspeitos, quatro foram detidos na quinta e na sexta-feira e um está em fuga, tendo a sua identidade e a respetiva fotografia sido publicadas: trata-se de Younès Abouyaaqoub, um marroquino de 22 anos.
Outros cinco foram abatidos a tiro na madrugada de sexta-feira em Cambrils, enquanto levavam a cabo o ataque.
Entre os atacantes mortos, estão três jovens marroquinos que viviam em Espanha desde a infância: Moussa Oukabir, Saïd Aallaa e Mohamed Hychami, com 17, 18 e 24 anos, respetivamente, e todos residentes em Ripoll, uma cidade de cerca de 10.000 habitantes próxima dos Pirenéus.
Três outras pessoas também envolvidas estão identificadas, mas não foram detidas. Duas delas poderão ter morrido na explosão seguida de incêndio numa casa na quarta-feira em Alcanar, a 200 quilómetros a sul de Barcelona, onde o grupo tentava talvez fabricar engenhos explosivos.
"[Existem nessa casa] restos humanos de duas pessoas diferentes, estamos a tentar ver se se trata de duas das três pessoas envolvidas nos ataques. Falta-nos encontrar a terceira", disse o porta-voz da polícia catalã.
O condutor da carrinha que abalroou os peões nas Ramblas ainda não foi identificado pela polícia, acrescentou, desmentindo informações da imprensa que noticiou tratar-se de Moussa Oukabir.
Às 16:50 locais (15:50 em Lisboa) de quinta-feira, uma carrinha branca atropelou dezenas de pessoas nas Ramblas, junto à Praça da Catalunha, no centro de Barcelona, fazendo 13 mortos e mais de 120 feridos. O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Algumas horas depois, um Audi A3 avançou sobre as pessoas que passeavam na marginal de Cambrils, matando uma e ferindo 15, antes de embater numa viatura dos Mossos d'Esquadra, a polícia catalã.
Seguiu-se um tiroteio durante o qual os cinco ocupantes do Audi, munidos de falsos coletes de explosivos, um machado e facas, foram mortos.
Do total de 135 feridos, 17 encontram-se em estado crítico.