Angola é único país lusófono que melhora no Índice de Corrupção
Porto Canal / Agências
Berlim, 03 dez (Lusa) - Angola é o único país de língua oficial portuguesa que melhora a pontuação no Índice de Corrupção Percecionada (ICP), divulgado hoje pela Transparência Internacional, apesar de continuar a ter um dos piores resultados entre os países lusófonos.
O relatório deste ano, no que à lusofonia diz respeito, revela que apenas Angola conseguiu ter mais pontos que no ano passado, passando de 22 para 23, numa escala de 0 a 100, "em que 0 significa que o país é percecionado como altamente corrupto, e 100 que um país é muito limpo", segundo as notas explicativas que acompanham a divulgação do documento.
Este ponto vale a Angola uma melhoria de quatro posições, para o 153º lugar, no 'ranking' que ordena os 177 países em função da corrupção percecionada pelos peritos que mais de perto trabalham com o setor público, explicam os autores do relatório da Transparência Internacional, que junta indicadores de 13 relatórios, elaborados por organizações tão distintas como o Banco Mundial, a Economist Intelligence Unit, o Banco Africano para o Desenvolvimento ou a Fundação Bertelsmann.
De acordo com o relatório deste ano, entre os lusófonos, só na Guiné Bissau existe mais corrupção percecionada. O país tem apenas 19 em 100 pontos possíveis, ficando, também por isso, no 163º lugar da lista de 177 países, curiosamente exatamente com os mesmo resultados que a Guiné Equatorial, que já manifestou intenção formal de aderir à comunidade que junta os países de língua oficial portuguesa.
A Guiné-Bissau piora o resultado face ao ano passado, passando de 24 para 19 pontos, e caindo de 154º para 163º.
Na lista hoje divulgada segue-se Moçambique e Timor-Leste, ambos com 30 pontos (sendo que Moçambique piora um ponto e Timor três pontos face ao ano passado), e ambos na 119º posição do ranking.
Continuando a olhar para os números hoje divulgados, constata-se que São Tomé e Príncipe e Brasil, os dois com 42 pontos, estão no meio da tabela, mas ao passo que o arquipélago africano mantém o 72º posto no 'ranking', o Brasil perde quatro lugares, passando de 69º para 72º.
Já claramente na metade superior da tabela estão Cabo Verde e Portugal, com 58 e 62 pontos. Face ao ano passado, Cabo Verde tem menos um ponto e cai de 69º para 72º, ao passo que Portugal mantém o 33º lugar, mas como menos um ponto que no ano passado.
No geral, mais de dois terços dos 177 países analisados no ICP deste ano têm uma nota negativa, de acordo com a organização Transparência Internacional.
"Mais de dois terços dos 177 países analisados no índice deste ano têm menos de 50 pontos, numa escala em que zero revela um país percecionado como altamente corrupto, e 100 um país percecionado como muito transparente", segundo o documento, que mostra que a Dinamarca e a Nova Zelândia, com 91 pontos em 100 possíveis, são os países percecionados como menos corruptos estando, no outro lado da lista, o Afeganistão, a Coreia do Norte e a Somália, com apenas 8 pontos
Na edição deste ano, os países onde houve melhoramentos mais significativamente percionados foram o Brunei, Laos, Senegal, Nepal, Estónia, Grécia, Lesoto e Lituânia, equanto que os que mais pioraram foram a Síria, a âmbia, a Guiné Bissau, a Líbia, o Maili e Espanha, entre outros.
Espanha, aliás, teve uma significativa descida, piorando de 65 pontos para 59, o que lhe valeu uma descida no ranking, de 30º para 40º.
MBA // PJA
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