Governo de Passos Coelho é acusado de esconder problemas na CGD antes das eleições
Porto Canal (MYR)
O Governo de Passos Coelho guardou pareceres da Inspeção Geral das Finanças que mostravam aumento das imparidades da Caixa Geral de Depósitos, durante seis meses e só os despachou 15 dias antes das eleições, adiantou o jornal Público, esta segunda-feira.
O anterior governo executivo, liderado por Passos Coelho, omitiu pareceres da Inspeção-Geral das Finanças que apontavam para um aumento das imparidades da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo-os despachado 15 dias antes das eleições legislativas do ano passado.
Estes documentos correspondiam a relatórios trimestrais da Comissão de Auditoria da CGD, de 2014, tendo sido guardadas nas Finanças, desde Março a Setembro de 2015.
O Jornal Público adianta que os pareceres deram entrada nas Finanças a 12 e 20 de Março do ano passado, acrescentando que o Tribunal de Contas já tinha revelado um fraco "controlo da CGD pelo Estado" entre 2013 e 2015. Os relatórios correspondiam ao período em que foi efetivada a recapitalização da CGD decidida por Vitor Gaspar no ano de 2012 e que Maria Luís Albuquerque levou a cabo, processo que envolveu uma injeção de capital de cerca de 1500 milhões de euros.
Comparativamente, no terceiro e quatro trimestres de 2014, os pareceres da Comissão da Auditoria da CGD deram já conta de um aumento das imparcialidades registadas pelo banco público, que apesar de terem chegado ao Parlamento português, a maior parte da informação foi omitida.