PCP defende combate "com coragem" contra constrangimentos externos
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 jul (Lusa) - O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que é preciso combater "com clareza, determinação e muita coragem" a "ameaça permanente das sanções" e defendeu a libertação do país face aos "constrangimentos externos".
"Ao sermos confrontados com os constrangimentos externos que nos sufocam e amarram, devemos afirmar a nossa soberania e a vontade de nos libertarmos desses constrangimentos?", questionou Jerónimo de Sousa, num pedido de esclarecimento ao primeiro-ministro, António Costa, durante o debate sobre o "Estado da Nação".
Jerónimo de Sousa acusou o PSD de, a propósito da possível aplicação de sanções a Portugal, "dar força à chantagem da União Europeia", ao "afirmar que lamenta mas ao mesmo tempo justificar" e por, "tentando culpar o governo atual, acabar por culpar o país e os portugueses".
"A Comissão Europeia diz que o esforço orçamental entre 2013 e 2015 ficou aquém do recomendado. O que daqui releva é ingratidão, mal agradecidos por tudo aquilo que o PSD e o CDS fizeram no seu governo", ironizou Jerónimo de Sousa.
Face à discussão atual sobre "os novos prazos para que Portugal se mantenha sujeito à ameaça de permanente de sanções", Jerónimo de Sousa defendeu que é preciso "combater com clareza, determinação e muita coragem em defesa do interesse nacional" e na afirmação da soberania portuguesa.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o Governo não tem a mesma visão sobre a integração europeia que o PCP, considerando que o país teria mais dificuldades fora da União Europeia do que dentro da União Europeia.
Quanto às sanções, Costa reiterou a posição que já tinha transmitido à deputada do BE Catarina Martins, afirmando que valoriza o facto de a Comissão Europeia não ter hoje tomado uma iniciativa de aplicar sanções, passando o processo para a reunião dos ministros das Finanças da próxima terça-feira.
"Apesar de tudo o facto de a Comissão hoje não ter tomado a iniciativa de propor a aplicação de qualquer sanção é já um dado importante que eu não desvalorizo e pelo contrário considero importante, espero que no conselho seja também possível avançar nesse sentido", disse.
António Costa disse que "tem sido muito difícil" a condução do processo contra a aplicação de sanções, porque o governo tem encontrado "minas e armadilhas de onde era menos legítimo virem".
Apesar disso, considerou, o Governo tem defendido os interesses de Portugal "com inteireza e frontalidade".
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