Comunidade portuguesa com "todas as razões para estar calma"

| Política
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 29 jun (Lusa) - O primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje, em Bruxelas, que a comunidade portuguesa no Reino Unido tem "todas as razões para estar calma" face à vitória da saída do país da União Europeia (UE) no referendo da semana passada.

"A comunidade portuguesa no Reino Unido deve ter todas as razões para estar calma porque nada se alterou e nada de significativo se irá alterar porque, nas negociações que terão lugar, a nossa prioridade será salvaguardar os direitos e proteger a comunidade portuguesa residente no Reino Unido", disse o chefe do executivo, em conferência de imprensa.

Após a cimeira de líderes europeus que se centrou no denominado 'Brexit', António Costa recordou haver outros países da UE com "comunidades significativas" no Reino Unido e que também irão defender os seus nacionais.

O governante notou também que na reunião informal dos 27 de hoje sobre as futuras relações com os britânicos ficou assente que o "mercado interno é indissociável do respeito pelas quatro liberdades".

"Por isso, quando ouvimos alguns defensores do 'Brexit' dizerem que se pretendiam manter no mercado interno apesar de fora da UE, hoje o Conselho já recordou que não é possível participar no mercado interno" sem, por exemplo, respeitar "a liberdade de circulação, a liberdade de residência".

Questionado sobre as relações bilaterais entre portugueses e britânicos, Costa respondeu que se "deve dar tempo ao tempo", recordando os "bons níveis de relações comerciais com o Reino Unido, que é um grande mercado emissor designadamente de turistas" e garantiu que as ligações vão continuar.

"Por outro lado, abrem-se novas perspetivas e acho que Portugal deve ser dinâmico e estar atento às oportunidades" nomeadamente no caso de empresas do Reino Unido que querem "continuar na UE sem mudar de fuso horário", disse.

Sobre o resultado da cimeira dos líderes europeus, que teve a participação do primeiro-ministro britânico, David Cameron, apenas na terça-feira, Costa enumerou "dois bons motivos" para haver satisfação: "pela forma amigável e construtiva como os 27 assumem as (futuras) negociações" com o Reino Unido e o "reconhecimento claro" que os britânicos serão "parceiros fundamentais" da UE.

"Acho que há uma segunda boa notícia, que é o facto de os 27 em vez de terem entrado no estado de negação, que tantas vezes acontece e dizer que tudo está bem, assumirem que é necessário refletir sobre os sinais que os cidadãos têm dado de descontentamento sobre o funcionamento da UE", acrescentou.

Costa indicou que reflexão sem o Reino Unido continuará em setembro, numa reunião informal dos 27, em Bratislava.

O primeiro-ministro manifestou também compreensão por o "Reino Unido querer esperar por um novo Governo com legitimidade para iniciar as negociações" de definição de relações entre as duas partes.

"Não me escandaliza particularmente que assim seja, acho aliás normal que assim aconteça. Se não tivéssemos o verão pelo meio, um período habitual de férias, se calhar os calendários podiam ser mais apertados", disse.

PL // VM

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.