'Brexit': Teodora Cardoso acredita que "sensatez" dos britânicos manterá Reino Unido na UE
Porto Canal com Lusa
Porto, 17 jun (Lusa) -- A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, disse hoje confiar que a "sensatez" dos britânicos os manterá na União Europeia, considerando que uma saída seria "um sinal de desmembramento e desconfiança" num cenário já de grande "incerteza".
"Ainda tenho esperança de que os ingleses no fim votem a favor de ficar [na União Europeia]. Eles costumam ser sensatos e eu tenho uma grande esperança na sensatez dos ingleses. É por pouco, mas espero que sim", afirmou a economista em declarações aos jornalistas à margem da conferência "Queremos mais Europa? Que Europa?", promovida hoje no Porto pela representação da Comissão Europeia em Portugal.
Se do referendo de quinta-feira à permanência ou não do Reino Unido na União Europeia (UE) sair a opção pelo 'Brexit', Teodora Cardoso admite que será "complicado para a Grã-Bretanha e também para a Europa, porque no fundo é um sinal de desmembramento e de desconfiança".
"O que espero é que, nesse caso, a Europa não sobre reaja no sentido de procurar centralizar-se mais, o que seria um erro. A Inglaterra tem constituído um contrapeso a certas medidas mais centralizadoras e convém que isso não se perca. Será preciso a Europa ter calma e reagir bem se isso acontecer", sustentou.
Convicta que, a confirmar-se a saída da União, "a economia britânica passará por uma fase de recessão", a presidente do Conselho das Finanças Públicas prevê também um impacto na economia europeia, "por menos exportações para a Grã-Bretanha", e diz que "a situação dos emigrantes europeus na Grã-Bretanha [entre os quais muitos portugueses] vai ter que ser discutida".
"Vai entrar-se numa fase de grande negociação e discussão e diria que é imprevisível o que pode acontecer, a não ser que vai ser complicado, vai durar muito tempo e não vem no bom sentido nesta altura, em que já há muitas incertezas e é mais uma incerteza a somar-se às outras", considerou.
Quanto à eventualidade de um 'Brexit' abrir um precedente que leve à saída de outros Estados membros da UE, Teodora Cardoso acredita ser "muito difícil" que tal aconteça: "São situações, apesar de tudo, muito diferentes. A Inglaterra foi para esta situação de referendo por um problema de política interna, não por nada a ver com a Europa. De momento não vejo qualquer razão para outros países fazerem o mesmo", afirmou.
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