"Cérebro" suspeito de organizar ataques de Paris quer ser extraditado para França
Porto Canal com Lusa
O homem suspeito de organizar os ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris, detido sexta-feira em Bruxelas, quer ser extraditado "rapidamente" para França para enfrentar as acusações de que é alvo, indicou hoje o advogado da defesa.
"Salah Abdeslam disse-me que quer ir para França o mais rapidamente possível. Vou pedir ao magistrado da investigação que não se oponha à sua partida", sublinhou Sven Mary, em declarações à rádio Europe 1.
Até lá, acrescentou, Abdeslam "permanecerá calado" e "não colaborará" com as autoridades belgas na investigação do atentado de terça-feira em Bruxelas.
Após a detenção, o advogado de Abdeslam assegurou que o seu cliente estaria disponível para colaborar com a justiça e que iria opor-se à extradição para França, decisão entretanto alterada.
Sven Mary explicou que, terça-feira, os investigadores do atentado de Paris falaram com Abdeslam, após o que o suspeito pediu para o ver com urgência, altura em que lhe comunicou a decisão de aceitar a extradição para França.
O presumível terrorista não prestou quaisquer declarações aos investigadores quando compareceu, já no sábado, perante um juiz de instrução.
Sven Mary já se encontra desde hoje de manhã no tribunal de Bruxelas que irá decidir se Abdeslam e outros suspeitos têm ligações aos atentados de Paris.
Abdeslam foi detido sexta-feira no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, e encontra-se detido numa prisão de segurança máxima.
O suspeito de envolvimento nos atentados de Paris está a recuperar da perna "pouco a pouco", na sequência de, na altura da detenção, ter sido atingido por uma bala.
O advogado de Abdeslam foi agredido quarta-feira à tarde por uma pessoa que o criticou por defender o presumível terrorista.