Vozes da religião católica pronunciam-se contra cartaz do BE
Porto Canal (MYF)
O cartaz da campanha do BE para assinalar a promulgação da lei que permite a adoção por casais do mesmo sexo já está a dar que falar. O porta-voz da Conferência Episcopal, Manuel Barbosa, veio dizer esta sexta-feira, que a medida é "uma afronta aos crentes que seguem Jesus Cristo".
Em declarações à agência Lusa, Manuel Barbosa sublinhou que o cartaz é uma "afronta aos crentes que seguem Jesus Cristo e os que são da igreja naturalmente” e “uma analogia sem sentido".
O cartaz faz parte da campanha que o Bloco de Esquerda vai fazer para assinalar a "conquista histórica” do 10 de fevereiro, o dia em que o Parlamento terminou com a discriminação na lei da adoção por pessoas do mesmo sexo, à semelhança do que aconteceu com o diploma sobre as alterações à lei da Interrupção Voluntária da Gravidez.
"Deve haver respeito pela liberdade de expressão. Sabemos que esse respeito deve ser sempre um respeito mútuo. A liberdade implica sempre relação e corresponsabilidade e, este respeito mútuo, não sei se estará presente no anúncio deste cartaz", explicou.
Relembre-se que a deputada do BE, Sandra Cunha, referiu ao Público que o objetivo do cartaz passava apenas por “mostrar às pessoas” que “sempre existiram famílias diferentes” e afirmou que os pais a que a frase se refere (“Jesus também tinha 2 pais”) são "o pai espiritual e o pai terreno” de Jesus Cristo.
O porta-voz da Conferência Episcopal n\ao gostou e argumentou: "essa dos pais espirituais é abusiva. Penso que há um certo aproveitamento, num período em que na igreja se está a viver um tempo forte de Quaresma, depois a Páscoa e o Ano da Misericórdia. Não sei se é coincidência ou se é propositado”.
"É de lamentar que não se tenha em atenção as convicções de quem segue Jesus Cristo, mesmo que este cartaz já tenha sido feito noutros países. É uma cópia de muito mau gosto", sustentou.