"Este orçamento é o vosso", diz PSD ao BE
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 22 fev (Lusa) - O deputado do PSD Carlos Abreu Amorim pediu hoje ao BE que pare de "fingir que dá cartões amarelos ilusórios ao Governo" porque este orçamento é também dos bloquistas, que acusaram os sociais-democratas de serem "oposição ao país".
Numa intervenção durante a discussão na generalidade do Orçamento do Estado para 2016 que decorre hoje no parlamento, a deputada do BE Mariana Mortágua afirmou que os bloquistas defendem este orçamento "exatamente por aquilo que é" e o criticam "por tudo o que lhe falta", acusando o PSD de ser "mesmo oposição ao país".
Numa interpelação, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim começou por referir "a diferença no tom" daquela que foi a intervenção inicial da porta-voz bloquista, Catarina Martins e foi perentório: "O Bloco de Esquerda não pode fingir que está com um pé dentro deste Orçamento do Estado e dentro desta solução governativa e está com outro pé noutro lado qualquer. Não é possível".
"O Bloco de Esquerda tem que parar com essa tentativa impossível de fingir que dá cartões amarelos ilusórios ao Governo. O Bloco de Esquerda, esteja ou não esteja formalmente representado no Governo, faz parte deste Governo, faz parte desta solução governativa. Este Orçamento do Estado é o vosso Orçamento do Estado", atirou.
O deputado do PSD reiterou que o partido de Mariana Mortágua faz "parte desta solução, é parte integrante deste Governo, desta solução política tão frágil, deste barco que mete água por todos os lados e por isso não vale a pena continuar com este jogo de máscaras", antecipando que "os portugueses saberão julgar o Bloco de Esquerda na primeira oportunidade".
Na resposta, Mariana Mortágua garantiu está "muito bem coordenada" com Catarina Martins e que o Bloco "não perderá a coerência", considerando que Carlos Abreu Amorim "lê mal o que os portugueses pensam sobre este orçamento", uma vez que este "repõe salários, pensões e dá mais rendimentos a quem precisa".
"Temos muito orgulho do trabalho que fizemos neste processo orçamental", afirmou, reiterando a ideia que Catarina Martins tinha defendido na primeira intervenção do BE do dia.
Segundo Mariana Mortágua, "mesmo depois do lápis azul de Bruxelas esta proposta é uma mudança que respeita compromissos eleitorais e que respeita o essencial do acordo à esquerda".
"PSD e CDS estavam convencidos, mais do que convencidos, PSD e CDS apostavam que o apoio à esquerda deitaria por terra este orçamento e por consequência o Governo. Enganaram-se porque o que uniu e aquilo que une esta maioria não foi uma vontade circunstancial de poder, mas a convergência em torno de uma estratégia para parar o empobrecimento e devolver a dignidade ao país", vincou.
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