BE não foi para o Governo porque acordo “não chegou tão longe”
Porto Canal (IYB)
Os bloquistas nunca colocaram de lado a hipótese de ir para o Governo. No entanto, isso não aconteceu porque, segundo Catarina Martins, em resposta na RTP, o acordo “não chegou tão longe” e, ainda, teria de se tornar “mais abrangente”.
“No dia em que o acordo político deixar de ser cumprido não há nenhum papel assinado a dizer que não pode haver moções de censura”, assegurou Catarina Martins em entrevista à RTP esta quarta-feira à noite. Também António Costa utilizou uma justificação similar durante uma entrevista à Visão, garantindo que "o acordo não permite ir mais além", apesar de existir a possibilidade de progresso.
Apesar disso, a líder do Bloco de Esquerda disse que o acordo não é “frágil” e que subsiste uma base bem clara de entendimento, “onde há e não há convergência”, sem deixar “algo pantanoso no meio”. Catarina Martins apoia e elogia o novo executivo, dizendo que “é um Governo que faz a diferença” e que procura estabilizar o país, através, por exemplo, do aumento do salario mínimo.
Tendo consciência das diferenças entre o PS e o Bloco de Esquerda, a representante voltou a reforçar, durante a entrevista, que é por isso que o Bloco não está no Governo e que o acordo prevê a concepção de uma associação de trabalho para investigar a sustentabilidade da dívida externa portuguesa.
Relativamente ao caso da TAP, Catarina Martins confirmou que Bloco e PS não defendem o mesmo ideal. Apesar de ambos acharem que “este processo de privatização, tal como está, não pode ir até ao fim”, o PS considera que a solução será vender 49% da TAP e o BE atenta que deverá continuar 100% pública. “O PS vai fazer aquilo que entende, que é privatizar 49%”, contrapôs Catarina Martins, afirmando, mais uma vez, que apoiará o Governo, mesmo que não concorde com algumas medidas.