PCP critica discurso "partidário" do Presidente da República
Porto Canal / Agências
"Foi absolutamente um discurso colado ao da maioria governamental e um discurso praticamente de intervenção na campanha eleitoral que se aproxima", afirmou António Filipe, em declarações aos jornalistas à saída da sessão solene do Dia de Portugal, que decorreu no centro multiusos de Lamego.
Manifestando-se "chocado" pelo Presidente da República se ter assumido como "um participante ativo nas políticas que têm levado o país à situação que se apresenta" e não como o Presidente de todos os portugueses, o deputado comunista insistiu que se tratou de "um discurso partidário e um discurso de intervenção na campanha eleitoral".
António Filipe disse ainda ter-se tratado de uma intervenção que passou ao lado dos reais problemas do país e que quis transmitir "uma visão de um país idílico que não corresponde à realidade que é vivida pela grande maioria dos portugueses".
Portugueses, que acrescentou, "certamente não se identificam com a visão de oásis que o Presidente da República pretendeu dar neste discurso".
"Mais parecia o discurso de um candidato às eleições legislativas pela coligação governamental, do que propriamente um discurso do Presidente da República", frisou.
O Presidente da República defendeu hoje que, "independentemente de quem governe", Portugal poderá olhar para o futuro com confiança se forem asseguradas orientações de política económica que permitam a concretização de quatro objetivos, nomeadamente o equilíbrio das contas públicas.
"Se, para além da estabilidade política e da governabilidade do país, forem asseguradas orientações de política económica que permitam a realização de quatro grandes objetivos, estou certo de que poderemos olhar o nosso futuro coletivo com confiança, independentemente de quem governe", afirmou o chefe de Estado, na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.
Na sua última intervenção enquanto Presidente da República no 10 de Junho e onde "confiança" foi a palavra-chave, Cavaco Silva apontou como primeiro objetivo o equilíbrio das contas do Estado e a sustentabilidade da dívida pública.
Em segundo lugar, prosseguiu, deverá estar "o equilíbrio das contas externas e o controlo do endividamento para com o estrangeiro" e, como terceiro "grande objetivo" terá de ser assegurada a competitividade da economia portuguesa face ao exterior.
"E, finalmente, um nível de carga fiscal em linha com os nossos principais concorrentes", acrescentou, sublinhando que só desta forma será possível assegurar o crescimento económico e a criação de emprego.
No seu discurso hoje, o Presidente recusou "semear o desânimo e o pessimismo" quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem "fundadas razões" para encarar o futuro com mais otimismo.
"Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo", disse o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no seu discurso na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.
No seu discurso hoje, o Presidente recusou "semear o desânimo e o pessimismo" quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem "fundadas razões" para encarar o futuro com mais otimismo.
"Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo", disse o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.
VAM // PJA
Lusa/Fim