Jorge Miguéis considera erro "lamentável" mas rejeita atribuir responsabilidades

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 01 abr (Lusa) -- O diretor-geral da Administração Eleitoral considerou "lamentável" o erro informático que, por duas horas, 'retirou' a maioria absoluta ao PSD na Madeira mas defendeu que "não se pode atribuir responsabilidades" sem conhecer profundamente o problema.

"Não se pode atribuir responsabilidades assim de chofre e sem analisar profundamente o problema, sem o conhecer profundamente", afirmou hoje Jorge Miguéis em declarações à agência Lusa, acrescentando que "efetivamente todos os erros são lamentáveis".

"São erros que acontecem com frequência, só que desta vez teve maior expressão porque estava em causa uma maioria absoluta ou não, e por isso é que é indesculpável", declarou.

Jorge Miguéis acrescentou não conhecer o problema profundamente, mas explicou que não foi contabilizado "um concelho inteiro, que foi o concelho do Porto Santo", questão que "foi emendada em poucas horas".

"Às vezes há razões que as pessoas desconhecem mas efetivamente é um erro que, desde logo, não é imputável ao Ministério da Administração Interna", sublinhou o diretor-geral da Administração Eleitoral, órgão sob a tutela deste ministério.

Jorge Miguéis disse ainda à Lusa que situações deste tipo não são novas, e que acontecem mais frequentemente nas eleições autárquicas.

"Há sempre pequenos erros, nomeadamente em eleições autárquicas, que são eleições com pequenos universos e em que estão envolvidas milhares de circunscrições e não uma só circunscrição, como era o caso aqui da Madeira. Muitas vezes, através da recuperação de votos nulos, há até mudanças de maiorias, portanto isso não é novidade nenhuma, sobretudo nas eleições autárquicas", vincou.

No domingo, os resultados provisórios das eleições legislativas regionais atribuíram 24 deputados ao PSD, o que garantia aos sociais-democratas a sua 11.ª maioria absoluta.

Na terça-feira, uma primeira recontagem da assembleia geral de apuramento chegou a retirar a maioria absoluta ao PSD e, pouco depois das 20:00, foi afixado um edital em que os sociais-democratas perdiam um deputado em benefício da CDU.

No entanto, menos de duas horas depois, a Assembleia Geral de Apuramento detetou que os votos do Porto Santo não tinham sido contabilizados, por erro informático.

Por volta das 22:15 de terça-feira, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, presente na residência oficial do Representante da República, onde decorreu todo o processo, anunciou que, contabilizados os votos de Porto Santo, o PSD 'recuperava' a maioria absoluta e classificou o erro informático de "lamentável e indesculpável".

FZM/SMA (EC/SMA/AMB/DYC/EC/ROC) //

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.