Reposição de subvenções não era vontade da bancada - Líder parlamentar do PSD

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 21 nov (Lusa) - O líder parlamentar do PSD saudou hoje a retirada da proposta para a reposição das subvenções vitalícias a antigos políticos por "não corresponder a vontade" dos deputados sociais-democratas.

"A vontade política dos deputados do grupo parlamentar do PSD não era aprovar a proposta de alteração 524-C, a votação ontem [quinta-feira] efetuada na comissão de Orçamento e Finanças não refletiu essa vontade", afirmou o líder da bancada social-democrata, Luís Montenegro.

Por proposta do BE tinha sido avocado para plenário o artigo que propunha o fim da suspensão das subvenções vitalícias a antigos políticos, depois de na quinta-feira a alteração ao Orçamento do Estado para 2015 apresentada por Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS) ter sido aprovada em sede de comissão parlamentar, com os votos favoráveis do PSD e do PS, a abstenção do CDS-PP e os votos contra do PCP e do BE. Contudo, esta manhã, logo no reinício dos trabalhos em plenário Couto dos Santos anunciou que, "em nome do bom senso" os preponentes retiravam a proposta.

Falando depois desse anúncio, Luís Montenegro começou por cumprimentar a decisão dos preponentes da proposta de alteração, assumindo depois "de forma transparente" a responsabilidade não só pela votação de quinta-feira em sede de comissão parlamentar, como pela retirada do artigo "por não corresponder à vontade política dos deputados do PSD".

"Jamais poderia aceitar que uma proposta relevante como era esta pudesse ser aprovada sem ter de facto transposta para essa aprovação a vontade política dos representantes que, nesta bancada, representam os eleitores que votaram em nós", sublinhou, recordando que a lei atualmente em vigor e que será idêntica à que irá vigorar em 2015 - que suspende o pagamento de subvenções vitalícias a quem tenha rendimentos superiores a dois mil euros - é também da autoria da maioria PSD/CDS-PP.

Antes da intervenção do líder parlamentar social-democrata, a deputada do BE Mariana Mortágua tinha deixado duras críticas ao "Bloco Central de Pedro Passos Coelho e António Costa", reiterando que a votação realizada na comissão de Orçamento e Finanças na quinta-feira "foi uma vergonha".

"Foi uma vergonha que PS e PSD tenham considerado que a prioridade política deste país era repor pensões vitalícias acima dos dois mil euros a ex-políticos enquanto condenam muitas e cada vez mais pessoas a uma vida de pobreza", disse, considerando que, caso o BE não tivesse pedido a avocação para plenário da alteração subscrita por Couto dos Santos e José Lello, a proposta teria passado "entre os pingos da chuva" porque os deputados "não tinham tido a má consciência de dar a cara por ela".

"Não foi um ato de bom senso, foi um ato de má consciência", frisou.

Pelo PS, o deputado Vieira da Silva apenas se referiu de forma indirecta à retirada da proposta, sublinhando que as prioridades dos socialistas são o combate à pobreza, a coesão social e defesa daqueles que mais precisam.

"São essas e nenhuma outra as prioridades do PS", assegurou.

Por sua vez, o líder parlamentar da bancada do CDS-PP, que se absteve na quinta-feira na votação da reposição das subvenções vitalícias a ex-políticos, disse que os democratas-cristãos sempre tiveram "a noção de que não é altura para reposições" e que registam o facto da proposta ter sido retirada.

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, insistiu, por outro lado, que as subvenções vitalícias nunca deveriam ter sido criadas e que essa sempre foi a posição dos comunistas.

"Aquilo que se impõe é revogar definitivamente as subvenções", corroborou o deputado do partido ecologista Os Verdes José Luís Ferreira, considerando que a reposição das subvenções seria "uma provocação" aos reformados, aos funcionários públicos e aos desempregados.

VAM // PGF

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.