Administração da Espírito Santo Saúde considera "aceitável" contrapartida de 5,01Euro por acção
Porto Canal
O Conselho de Administração da Espírito Santo Saúde (ESS) considerou hoje "aceitável" a contrapartida de 5,01 euros por ação oferecida pela Fidelidade na oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a empresa.
Na quinta-feira passada, a Fidelidade reviu em alta o valor oferecido na OPA sobre a ESS, de 4,82 euros para 5,01 euros, levando a equipa de gestão da ESS a reunir-se hoje, de forma a apreciar o relatório sobre a oportunidade e condições da oferta da seguradora controlada pela chinesa Fosun International.
Num documento disponibilizado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a administração da ESS reiterou o conteúdo e conclusões contidas no relatório que tinha já elaborado sobre a oferta da Fidelidade a 29 de setembro, limitando-se a qualificar como "aceitável" o valor atualizado da contrapartida.
No final de setembro, a gestão da ESS tinha já considerado a contrapartida então oferecida de 4,82 euros como "aceitável", já que se enquadrava nos critérios de valorização do mercado.
Entre estes critérios, em termos da contrapartida, estão o preço da Operação Pública de Venda (OPV), o desempenho da ação desde a estreia em bolsa, os múltiplos de congéneres cotadas e transações comparáveis, a evolução das perspetivas dos analistas e o potencial de criação de valor resultante da aquisição.
Além do preço, a equipa de gestão da ESS abordou outras questões relacionadas com a oferta da Fidelidade, como é o caso da estabilidade acionista.
"Uma conclusão com sucesso da Oferta Concorrente Fidelidade afigura-se um meio para a obtenção da necessária estabilidade acionista da ESS, permitindo, por um lado, que a ESS possa retomar a sua gestão estratégica de médio e longo prazo, indo além da gestão corrente, através da continuação do desenvolvimento dos seus planos de expansão já anunciados, e, por outro, a normalização da relação com os vários 'stakeholders'", sublinhou.
Mais, a administração disse "existir um alinhamento estratégico entre a oferente e a ESS, uma vez que aquela, não só tomou por base o plano estratégico da ESS para definir a sua linha estratégica relativamente à ESS, como também manifesta que não são esperadas alterações substanciais a respeito da atividade empresarial desenvolvida pela mesma".
E salientou que "uma eventual conclusão com sucesso da Oferta Concorrente Fidelidade não implicará um movimento de concentração horizontal de empresas, não alterando o atual cenário de liberdade de escolha dos trabalhadores e clientes/pacientes e não afetando substancialmente o equilíbrio atual do mercado ao nível das seguradoras/sistemas de saúde/pagadores e dos fornecedores e Estado".
A oferta da Fidelidade avalia a ESS num total de 478,7 milhões de euros.
Na última sexta-feira, a Rioforte, 'holding' do Grupo Espírito Santo que controla a maioria do capital da ESS através da Espírito Santo Health Care Investments, anunciou ter aceitado vender a participação de 51% detinha na empresa à Fidelidade, por 5,01 euros.
O aumento da oferta "representa nomeadamente um prémio de 56,56% face ao preço a que as ações da empresa foram vendidas na oferta inicial de distribuição a 12 de fevereiro de 2014", realçou em comunicado a Rioforte.
Segundo adiantou a 'holding' do GES, a proposta da Fidelidade reuniu todas as condições para ser aprovada, já que não precisa de autorização da Autoridade da Concorrência e respeita os princípios da transparência.
Além disso, acrescentou, a decisão teve em conta a ordem da CMVM para que o UnitedHealth Group (UHG) retirasse a proposta que apresentara diretamente ao GES, para uma operação fora do mercado, por a ter feito de acordo com uma "conduta não conforme" e o facto de o prazo limite de aceitação da oferta revista da Fidelidade inviabilizar a apresentação de qualquer oferta pública concorrente.
Os mexicanos da Ángeles e a José de Mello Saúde também avançaram com ofertas sobre a ESS mas, entretanto, as mesmas ficaram sem efeito.
O período da OPA da Fidelidade sobre a totalidade do capital social da Espírito Santo Saúde decorre até 14 de outubro.
O apuramento dos resultados da operação será feito em sessão especial de bolsa da Euronext Lisbon, já agendada para quarta-feira (15 de outubro), após o fecho do mercado, que vai contar com a presença do presidente executivo da Fidelidade, Jorge Magalhães Correia.