Passos Coelho afasta antecipação de eleições proposta pelo PS

Passos Coelho afasta antecipação de eleições proposta pelo PS
| Política
Porto Canal / Agências

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afastou hoje a antecipação das eleições legislativas, afirmando que respeitará "os prazos constitucionais" e não reconhecendo "nenhuma razão", nomeadamente de apresentação do Orçamento de 2016, para essa antecipação.

"Nós respeitaremos os prazos constitucionais e, portanto, não vejo nenhuma razão para que nós não possamos ter as eleições quando elas devem ter lugar. Não vejo nenhuma razão para isso", afirmou Passos Coelho.

No debate quinzenal no parlamento, o primeiro-ministro aproveitou parte do tempo de resposta ao CDS para responder ao líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues.

Na parte final da sua última intervenção, de forma um pouco embrulhada, o presidente do Grupo Parlamentar do PS propôs ao primeiro-ministro um pacto entre as principais forças políticas, envolvendo o Presidente da República, para antecipar as próximas eleições legislativas.

Ferro Rodrigues alegou que será importante "não encavalitar" as eleições legislativas nas presidenciais, estas últimas previstas para o início de 2016.

"Pense nisso, senhor primeiro-ministro. É uma questão de bom senso", referiu o ex-secretário-geral do PS.

Ferro Rodrigues avançou ainda com outros argumentos para defender a antecipação das eleições legislativas.

"Além de acabar com este calvário e dar lugar à esperança, a modificação do calendário para 2015, fazendo coincidir o calendário europeu com o português, permitirá atempadamente a formação de um novo Governo e permitirá preparar decentemente um Orçamento para 2016 e, porventura, um retificativo para 2015", alegou.

Na resposta, Passos Coelho disse que a situação descrita por Ferro Rodrigues "já aconteceu várias vezes" e "é o que está previsto na Constituição".

"No passado, pela letra da Constituição, as eleições ocorreram no termo exatamente da última sessão parlamentar e antes que se iniciasse uma nova, isto é, entre finais de setembro e outubro", disse Passos, acrescentando que isso verificou-se com o PS e com o PSD.

"Diz o senhor deputado que ganharíamos com o Orçamento do Estado. O PS no ano em que teve eleições em 2009 apresentou o Orçamento em janeiro do ano seguinte por causa dessas eleições e mostrou um desastre muito grande ao país por causa disso, um desastre que ocultou durante muito tempo", acrescentou.

O primeiro-ministro acusou os socialistas de estarem com "pressa" para as eleições, assinalando que "isso não é novidade, isso não constitui uma mudança na decorrência das eleições que ocorreram no PS".

"O PS está com pressa de eleições desde que nós as ganhamos, apresentou até uma moção de censura ao Governo neste parlamento. O PS tem uma posição coerente nesta legislatura, mas incongruente com aquilo que foi o seu passado, mas não sei se isso é totalmente surpreendente", acusou.

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