BdP quer avançar rapidamente com processo para atrair privados para Novo Banco

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 07 ago (Lusa) - O Banco de Portugal quer que seja desencadeado, na próximas semanas, o processo para atrair investidores privados para o capital social do Novo Banco, que ficou com os ativos considerados não problemáticos do BES.

Carlos Costa está hoje a ser ouvido no Parlamento e, na intervenção inicial, repetiu o que já tinha dito, no domingo, quando, na primeira comunicação em quatro anos de mandato, justificou o resgate ao BES.

Além disso, o responsável pelo regulador e supervisor bancário deu conta dos próximos passos que quer que sejam tomados neste processo.

"Nas próximas semanas, será necessário assegurar que nenhum aspeto é descurado", disse Carlos Costa, adiantando que será feita uma auditoria pela consultora PwC aos ativos, passivos e elementos extrapatrimoniais transferidos do BES para o Novo Banco.

Será ainda "desenvolvida a colocação do Novo Banco em acionistas privados", disse o Governador.

Para isso, afirmou, o Fundo de Resolução vai contratar um assessor financeiro para conseguir uma "solução transparente e que maximize o valor do Novo Banco".

"O novo banco tem uma quota significativa do mercado financeiro português. Tem condições para continuar a afirmar-se e valorizar-se no mercado. Há condições para reestruturar a sua estrutura acionista", afirmou Carlos Costa, que considerou que assim poderão ser atraídos investidores que já tinham mostrado interesse em entrar no capital do BES antes de serem conhecidos os prejuízos de 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre.

Na noite de domingo, o Banco de Portugal tomou controlo do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau ('bad bank'), que concentra os ativos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o banco de transição chamado Novo Banco, que reúne os ativos e passivos considerados não problemáticos e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário.

O Fundo de Resolução bancário, que vai capitalizar o Novo Banco, foi criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos em dificuldades, aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal. Este fundo é financiado pelas contribuições regulares dos mais de 80 bancos com atividade em Portugal e por contribuições extraordinárias em caso de crise num banco em particular.

No entanto, como este fundo é recente, ainda não está suficientemente dotado, pelo que, dos 4,9 mil milhões de euros com que o fundo vai capitalizar o Novo Banco, a parcela mais significativa virá do dinheiro da 'troika' para o setor financeiro, através de um empréstimo com um juro que começa em 2,95%.

Inicialmente, estava previsto que do dinheiro da 'troika' fossem colocados 4,4 mil milhões de euros no Fundo de Resolução, que se juntariam aos 367 milhões de euros que o fundo já tem, a que seria acrescentada uma contribuição extraordinária dos bancos do sistema de 133 milhões de euros.

No entanto, o Governo e o Banco de Portugal aceitaram a proposta da banca de financiar este fundo com 635 milhões de euros, que se juntam aos 367 milhões de euros de que o fundo já dispõe, totalizando a contribuição da banca os 1.000 milhões de euros.

Assim, do dinheiro da 'troika' sairão 3,9 mil milhões de euros para capitalizar o Novo Banco através do Fundo de Resolução.

IM// ATR

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