Transporte público e fim das portagens em vias paralelas. Oposição unânime nas soluções para a VCI no Porto

| Porto
Ana Francisca Gomes e Hugo André Costa

Para os vereadores eleitos pelos Partido Socialista, Bloco de Esquerda e CDU, a solução para o problema do aumento constante do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, passa por melhorar os transportes públicos, desencorajando assim a população de usar transporte individual, bem como o fim das portagens nas vias paralelas para que seja possível desviar o trânsito.

O número de veículos em circulação na cidade do Porto continua a aumentar e agrava um problema de fundo da cidade, que tem na Via de Cintura Interna (VCI) o seu principal protagonista. A ligação desta via com a A3 representa um bloqueio constante daquele troço, que é um dos pontos mais críticos de todo o traçado, reconhece o autarca portuense.

Para Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, a VCI é mesmo a “trombose da cidade”. Para obviar os problemas que lhe são reconhecidos, uma das soluções apontadas é a limitação do tráfego a pesados na VCI e o incentivo da utilização da CREP, com a isenção de portagens na circular regional externa.

Para Tiago Barbosa Ribeiro, eleito pelo Partido Socialista, “a excessiva utilização do transporte individual de passageiros tem que ser progressivamente desencorajada de várias zonas da cidade em articulação com o reforço do transporte coletivo”.

“E no caso concreto da VCI, o que tem que ser feito é transformar aquela via que tem um perfil de autoestrada numa via interna da cidade. Isto é conseguido com intervenção direta no recorte de mobilidade da VCI e na intervenção com portagens nas vias adjacentes, proibindo ou limitando ao máximo o trânsito de pesados em determinados horários”.

Em entrevista ao Porto Canal, Rui Moreira relembrou o grupo de trabalho que o Município do Porto integra, criado em 2018 para debater o problema e apresentar propostas para melhorar o seu funcionamento. Salientou ainda um conjunto de medidas apresentadas em abril de 2021. Assim, o que estaria em cima da mesa era uma recolocação dos pórticos. O autarca recordou que “infelizmente, quanto tudo estava preparado, Matosinhos (PS) saltou fora. Haveria, possivelmente, consequências políticas para Matosinhos.”

Por não “conhecer em pormenor” a situação, Tiago Barbosa Ribeiro não se quis pronunciar sobre a acusação dirigida à Câmara de Matosinhos, governada pela socialista Luísa Salgueiro.

“A VCI é uma matéria que tem que ser tratada com a cidade do Porto, com os municípios à volta da cidade do Porto e com a IP. Isso é algo que tem que ser feito e não vale a pena entrarmos aqui no jogo do empurra das responsabilidades. Nós temos a nossa responsabilidade enquanto município, temos que apresentar propostas para a VCI e lutar por elas”.

Já a comunista Ilda Figueiredo não tem dúvidas: “É a melhoria do transporte público que permite que as pessoas deixem de utilizar tanto o transporte privado. E isso, acompanhado pelo fim das portagens, ajudaria a resolver este problema”.

“A CDU tem defendido o fim das portagens nas vias paralelas que permitiriam um desvio de trânsito, que seria mais fácil sobretudo para o trânsito de longa distância, que não viria para esta zona e seria desviado”, afirmou em declarações ao Porto Canal. Para a vereador eleita pela CDU, o uso do transporte individual é a “questão central” de todo o problema, que seria resolvido com a existência de mais serviço público de transportes coletivos.

A isenção de portagens em vias paralelas e o uso de transportes públicos são também defendidos pelo Bloco de Esquerda.

“O problema do trânsito no Porto não se cinge apenas à VCI. Existem outras coisas que são necessárias fazer. Desde logo, garantir que muitos dos automóveis que afluem à cidade do Porto também ficam em zonas exteriores e utilizam o transporte público”, declarou a vereadora Maria Manuela Rola.

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