Cobrança de portagens e extensão mal planeada não "atrai" trânsito para a CREP, considera Moreira
Henrique Ferreira e Ana Francisca Gomes
Para o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, o desenho estratégico da Circular Regional Exterior do Porto (CREP), também conhecida por A41, foi “mal planeado” e a cobrança de portagens faz com que esta autoestrada não alivie o trânsito da VCI.
“Porque é que eu hei de ir por lá [CREP] se tenho que fazer mais quilómetros e ainda tenho que pagar portagem?”, questionou o autarca em entrevista exclusiva ao Porto Canal.
A construção da Circular Regional Exterior do Porto (CREP) estabelece uma ligação direta, por autoestrado, entre o nó de Espinho da A29, a sul do Douro, com o nó de Perafita da A28, em Matosinhos, e está concessionada em regime de SCUT. Esta estrada foi pensada para absorver muito do trânsito de passagem em direção ao Norte e a Este, sem que precisasse entrar na Via de Cintura Interna (VCI).
Inaugurada há já 12 anos, a verdade é que a CREP é pouco utilizada, em contraste com o trânsito cada vez mais intenso da VCI.
Para Rui Moreira, é por a CREP ser “demasiado excêntrica” que não consegue gerar trânsito. “Como ela implica muitos quilómetros, ela acaba por ligar pontos muito distantes, tem pouca capilaridade e não é, de facto, muito atraente”.
O autarca nega que esta falta de atratividade desta alternativa à VCI esteja relacionada com falta de entendimento entre municípios, e justifica com o desenho estratégico da estrada, que diz ter sido “mal planeado”, e ainda com a cobrança de portagens.