Em fase final de testes, novas carruagens da Metro do Porto começam a circular “em meados de outubro”

Imagem: Pedro Benjamim | Porto Canal
| Porto
Henrique Ferreira

O relógio marca a uma e meia da madrugada no Parque de Manutenção e Oficinas do Metro do Porto, em Guifões. Por lá, 12 formandos preparam-se para entrar nas novas carruagens compradas pela empresa aos chineses da Railway Rolling Stock Corp. Cada uma vai, a partir de "meados de outubro" servir 244 passageiros nas diferentes linhas da Área Metropolitana do Porto. A entrada dos veículos na rede vai acontecer cinco meses depois do inicialmente previsto. 

É a primeira vez que a Metro do Porto permite aos jornalistas acompanhar os testes de condução dos novos veículos. A conduzir, em exclusivo, a equipa do Porto Canal vai estar Marta Oliveira, que, apesar de ser maquinista há mais de 15 anos, não fica dispensada da formação. As novas carruagens possuem diferenças técnicas que precisam de ser aprendidas.

 
 
 
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A formação, teórica e prática, vai ser dada a todos os 231 maquinistas da Metro do Porto. Além disso, a empresa prevê a necessidade de mais contratações para assegurar o aumento do número de veículos. Com as 18 novas carruagens compradas na China, a frota da empresa é agora de 120 composições.

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Maquinistas, formadores e engenheiros encontram-se no cais de Guifões para inicar mais uma noite de testes

Novos veículos “têm tempo de resposta mais rápido”

“Para já é tudo novidade, mas depois com a operação e com a continuação da condução é que vamos ver como corre”, conta Marta Oliveira, que conduz a nova carruagem, ao lado do formador, desde Guifões até ao Estádio do Dragão.

Segue-se Nuno Sousa, que vai fazer o trajeto inverso. Era cozinheiro antes de decidir mudar vida e começar a trilhar caminho na Metro do Porto. Explica que as novas carruagens são diferentes, sobretudo a nível tecnológico. “Nota-se que os novos veículos têm um tempo de resposta muito mais rápido, sobretudo no arranque e na paragem”, acrescenta.

Aos comandos da operação de formação está Pedro Valério, do Departamento de Regulamentação e Segurança da Circulação da Metro do Porto. É ele quem explica aos maquinistas as particularidades técnicas das carruagens e quem reporta erros e necessidades de afinação aos engenheiros que acompanham os testes.

Em cada viagem circulam nas novas carruagens vários técnicos da empresa chinesa que produziu os 18 veículos. A acompanhá-los estão tradutores, que auxiliam o entendimento entre as duas partes.

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Técnicos da empresa Railway Rolling Stock Corp fiscalizam os trabalhos

“Durante todos os cursos foi sempre presença habitual um técnico do fabricante e outro do sistema ATP, que é o sistema de segurança que protege o veículo em termos de sinalização”, explica Pedro Valério. O objetivo é, “no caso de haver alguma falha técnica, poderem dar apoio e supervisionar o veículo”. Depois, “caso haja alguma coisa que não esteja em conformidade fazem as alterações que acharem melhor”, conclui.

Maquinistas com “10, 15 e até 20 anos de experiência” voltam à sala de aula

O dia chuvoso, que segundo os formadores veio mesmo a calhar para os maquinistas testarem a condução em condições adversas, não desanima os 12 “aprendizes”. Horas antes de subirem para o cais de embarque do PMO de Guifões trocaram o assento do metro pela cadeira da sala de aula. A formação conta com um módulo teórico que, segundo a Metro do Porto, é tão ou mais importante do que a vertente prática.

Cassiano Moutinho é o formador responsável. A aula a decorrer é a última antes do teste de avaliação. Por isso, fazem-se as revisões necessárias, para garantir o sucesso dos alunos nas 40 perguntas de escolha múltipla que vão fazer parte da avaliação.

“A parte teórica consiste numa grande diversidade de matérias, desde a discrição do material circulante e das cabines de condução, do funcionamento dos vários sistemas, como o ATP e a videovigilância, por exemplo”, revela Cassiano.

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"Alunos" ouvem atentamente a revisão da matéria que será abordada no teste teórico sobre as novas carruagens

A ajudar à eficácia da formação está o facto de todos os maquinistas terem já muita experiência. “A maior parte deles têm 10, 15 e até 20 anos de condução e encaram isto como uma formação normal para mais um veículo que vão ter que operar”, acrescenta.

Veículos vão começar a circular cinco meses depois do previsto

Depois de uma derrapagem de cinco meses no prazo para a entrada em circulação das novas carruagens, que, inicialmente, foi apontado para o mês de maio, a Metro do Porto assegura agora que os veículos vão começar a circular “em meados de outubro”.

O reforço da frota que, no futuro, poderá ajudar a servir a extensão da linha amarela e as novas linhas Rosa e Rubi, obrigou a um investimento de 49,6 milhões de euros, financiados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência do Uso de Recursos (POSEUR) e pelo Fundo Ambiental.

Os novos veículos vão circular a uma velocidade máxima de 80km/h e têm capacidade para 244 passageiros, dos quais 64 sentados.

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